terça-feira, 22 de janeiro de 2008

férias = decadência mental

Andei pensando em como eu aproveito os meus dias, é idiota pensar nisso quando se está de férias. Acordo às duas da tarde e passo o restante do tempo sem fazer nada de útil. É decadente!
Engraçado que uma pessoa tão desleixada intelectualmente como eu possa, à essa altura do campeonato, sentir falta da faculdade e de toda a chateação que ela implica na minha vida. Eu vivo reclamando que preciso de férias, mas eu ODEIO férias, porque me sobra muito tempo pra pensar e, conseqüentemente, sofrer, já que não me resta outra escolha senão me ocupar com todos aqueles velhos hábitos depressivos.
Eu fico sentada numa cadeira com um cigarrinho na mão, olhando o mundo, vendo-o como um reflexo avariado no espelho e botando defeito em tudo. Leio os existencialistas, escuto Radiohead, fumo compulsivamente, escrevo esporadicamente porque tenho bloqueios criativos e ainda arrumo tempo pra dar corda pras retardadices da destrambelhada da minha mãe.
Eu tenho que estar sempre ocupada demais. Ir a um bar, à aula, dar uma estudada, ir à aula, ir a um bar, ficar puta com o Vasco, deixar de dar aquela estudada, tirar uma nota baixa, voltar pro bar pra afogar as mágoas, infartar por causa do Vasco, matar algumas aulas. As coisas de sempre. Muda um detalhe ali, outro aqui, mas no final das contas, são as mesmas bostas todo mesmo dia.
Esse é o problema: quando eu me toco e resolvo mudar, dá errado. Eu aposto no 13 preto e só dá 7 vermelho e quando eu crio a tal da coragem para apostar no 7 vermelho, dá 23 verde-fluorescente. É um jogo desgraçado de azar que por mais que eu tente fugir disso, simplesmente não consigo.
Então vem aquela vozinha ¨olha Sarah, não dá! Erga a bandeira branca, peça penico, conforme-se, vá tomar uma cerveja no Brasil Chopp a R$3,40, beijar uns ninfos-bebês de bermuda florida e falar de novela¨.
Mas ainda assim eu continuo me envolvendo com pessoas inferiores à mim pra que eu possa ter algo do qual eu possa reclamar. Ou então com pessoas que tenham tantos problemas emocionais quanto eu, pra que eu possa absorvê-los e torná-los meus.
A verdade, é que essa maratona de atividades me faz esquecer que eu não me permito amar, e vivendo essa vidinha bitolada eu fico sem tempo pra pensar nisso. Mas é claro que isso não passa de uma justificativa imbecil pra minha auto-suficiência em relações humanas. É triste. Hahaha!
Credo! Nunca pensei que diria uma coisa dessas, mas eu preciso voltar a estudar, e rápido!

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