sexta-feira, 23 de maio de 2008

that's life

E mais um dia cinzento para um coração mais cinzento ainda. E já não encontro mais motivos pra chorar, porque o mundo ainda não colocou todas as suas garras de fora. Tudo o que eu tenho visto, tudo que tem me feito sofrer, foram só uma prévia do que a vida pode e vai fazer.
Realmente, eu sempre dificultei tudo pra mim mesma. Isso não é nenhuma novidade. Mas as coisas não podem ser tão ruins quanto parecem. As coisas não deveriam ser tão ruins quanto parecem. Talvez se eu não tivesse procurado por isso, mas eu era inocente e, sem perceber, cavei a minha própria cova no Exílio. Porque não nasci pra suprir expectativas, eu era nova demais e só queria viver a minha vida, e claro, sem nenhum filho-da-puta pra atrapalhar.
Eis a confissão dos meus erros. Eu procurei sarna pra me coçar. Fui reles. Fui vil. E Eu cavei. Procurei um pouco mais. E menti além da conta. Cavei mais um pouco. E eu quis. E também sofri. O que me restou como lembrança daquela garotinha problématica foi só uma enorme ferida aberta.
Algumas pessoas são privilegiadas, elas têm o dom de serem aceitas, outras, como eu, são milhares de vidas vazias com destino ao sonho inútil, à esperança sem vestígio, que ficam a contemplar toda a beleza que não há nessa ausência de vida.
Ei, o mundo não deveria ter sido menos amargo? Mesmo que eu faça o fácil ficar complicado e sinta muita pena de mim mesma pelo fato de a vida ter cagado na minha cabeça. É. O mundo poderia ter sido menos cruel. Menos vingativo. Menos... argh!
Teria sido muito mais fácil se eu tivesse feito como todo mundo faz. Eu poderia ter seguido esse caminho de resignação há muito tempo atrás. Tive todas as chances para me comportar como uma vadia travestida de pessoa decente, amiga e sensível. Vivendo numa bolha, dizendo sempre "Amém" pra qualquer bobagem e escravizando a alma. De fato, teria sido muito mais fácil se eu tivesse me tornado o que todo mundo é.
Talvez seja por essa discrepância - por ter muitos princípios e pouca moral -, que eu me sinta tão sem-par no mundo. Talvez seja por isso que eu não pertença a nada. Não me apegue à coisa alguma.
Simplesmente, me é absurda essa obrigação de ter que manter as aparências. E ainda assim, eu tenho sacrificado a minha consciência só para me manter socialmente engajada, mesmo que isso signifique o fardo ficar ainda mais pesado.
O meu choro é calado e incessante e não, essa merda não vai aliviar. Não me restam muitas opções. Ou me dou como vencida. Ou continuo cavando porque não achei o fundo do poço tão fundo assim.
Essa é a porra da vida. E o que ela vai te fazer.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

das ilusões

Nunca gostei de desistir. Talvez por teimosia ou por ser estúpida demais pra dar minha cara à tapas e não me dar conta de que as ilusões todas caíram por terra. E são elas, em geral, que nos fazem sofrer, as expectativas que criamos, muita das vezes sem uma justificativa racional, os sonhos que pintamos, as etapas que se queimam, os passos que de tão apressados nos fazem tropeçar...
Quando tudo isso acaba é difícil de aceitar. Aí vem a desilusão. A merda de tudo isso, é saber que estamos, especialmente, desiludidos conoscos mesmos. Por termos acreditado naquilo que juramos não acreditar, por termos tomado decisões opostas ao que o nosso coração queria.
É um ciclo vicioso de promesses feitas e quebradas. Porque tudo é mais fácil quando não se espera nada, tudo o que vem é bônus, tudo que entra é lucro. Mas fazem parte da natureza humana os sonhos e as ilusões, os desejos e a confiança. Pior que desiludir-se é não ser mais capaz de sonhar. É o sinal extremo de um desencanto com a vida que eu não quero de modo algum.
Mas há momentos em que me sinto cansada. Extenuada de nadar contra a correnteza, de enfrentar mundos e fundos para um pouco mais que nada. Sou exigente, sempre o fui. E quando quero as coisas não quero pela metade. Quero tudo! E se possível, agora! Também não gosto de ser usada, muito menos que brinquem comigo e me façam de idiota. Não gosto de ser descartável, de ser aquela que está ali quando querem que eu esteja, para depois, eu me tornar menos que porra nenhuma.
Mas ainda assim eu hei de continuar a iludir-me. E a desiludir-me com tantas outras coisas mais, outras tantas vezes. E tentar sempre reinventar a esperança que me faz fênix e que me permite ir encontrar a próxima ilusão.

psiconeurose

Ontem, sentada bem aqui nessa minha cadeirinha, sob a luz do monitor iluminando soturna e lateralmente meu corpo, com minhas mãos alvas sustentando meu rosto cansado, olhei através da janela levemente empoeirada e vi que à noite quase todos haviam desfalecido, exceto eu e alguns gatos pingados, atormentada por mais uma crise de insônia que me impediu de dormir por algumas noites consecutivas.
Todos haviam entregado-se ao estado latente, a fim de percorrer os caminhos tortuosos dos sonhos, submergidos em esperanças secretas concretizadas no patamar sublime dos devaneios. Pude ouvir minha respiração docemente branda atenuando a morbidez do silêncio, até apreciei o gosto fúnebre das horas, que corriam em passadas grosseiras, que passavam e não passavam - e passavam e repassavam - construindo um novo futuro que ainda era presente. Futuro do que na verdade ainda é...
Ora! futuro é dia após o outro, eu vejo o futuro do que passou ao despertar, sob a luz da alvorada mansa. Se pouco durmo percebo poucos futuros. Vivencio futuros com menos freqüência do que os demais?

Talvez seja a cafeína em demasia a culpada - a única culpada nessa história.

Futuros que pouco vejo, futuros presentes, futuros pretéritos, futuros futuros. Participo pouco dos futuros por dormir pouco. E deveria ser o oposto, minhas participações nos futuros são ainda maiores do que quando me liberto da vida consciente de quando se está desperto. E então me ocorre: quando não durmo não vejo futuros ou só os vejo durante a insípida madrugada?
Talvez seja eu quem viva em estado latente. Ou não. E então me dizem que ¨é
tudo uma questão de ponto de vista¨. Uma ova! Se não vejo futuros como poderia ter quaisquer pontos de vista sobre eu ter meios-futuros? Pois quero futuros completos! Devia-se vender futuros. Talvez em envelopes de figurinhas, onde vez ou outra se encontra alguma especial. Talvez eu até os encontre em fascículos semanais - nove e noventa está de bom tamanho, não menos para valorizar, afinal, estamos tratando de futuros...! Ou quem sabe em uma loja de departamentos? Um financiamento em parcelas suaves - e sem juros. Mas ainda assim seriam meios-futuros...
Porra! Estou-me nas tintas com essas metades! Esses meios-termos, essas meias-verdades, as meias-horas, meus meios-amigos, minhas meias-paixões e as bostas dos meus meios-futuros. Gostaria de saber onde posso encontrá-los inteiros...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

uma singela homenagem a um atleticano velho e viado

C o X a diz:
Pq diabos vc fez uma compra na Arpel?
sarah - tô não diz:
pq o dinheiro é meu e eu compro aonde eu quiser!
sarah - tô não diz:
:)
C o X a diz:
Você faz parte da ridícula sociedade medíocre com cérebro de ervilha? A pensar, PELO MENOS, pelos relatos em seu blog, não imagino isso.
sarah - tô não diz:
pois é
sarah - tô não diz:
sou uma farsa.
C o X a diz:
¬¬
C o X a diz:
OK, não quer conversar
C o X a diz:
mas não acredito em você.
C o X a diz:
e vou dormir.
C o X a diz:
Continue com suas sardas na cara uahuaa
sarah - tô não diz:
auhuhauha
sarah - tô não diz:
coxa
sarah - tô não diz:
eu não tenho sardas
C o X a diz:
Vc tem lindas pintinhans faciais que insiste em deserdá-las por frescura e idiotice de autoavaliação física mal feita.
sarah - tô não diz:
eu sou feia coxa. as minhas pintinhas são feias tbm.
C o X a diz:
Não acho você feia.
E vamos falar somente das pintinhas, para não virar algo como que "charminho" e "cantadas"
C o X a diz:
Não há nada de errado com suas pintinhas faciais, ok?
sarah - tô não diz:
vai tomar no cu
sarah - tô não diz:
e eu sou mulher de fazer 'charminho'?
sarah - tô não diz:
ainda não achei o manual do acasalamento pra vender
C o X a diz:
Não sou o Coxa de anos atrás, eu fiquei velho, converse comigo como um ser velho e quase delicado (uui auhauha)
sarah - tô não diz:
quase homoafetivo
C o X a diz:
Apenas velho
C o X a diz:
aposentado de quase todas as funções.
C o X a diz:
e menos agressivo em tratamentos e palavras.
C o X a diz:
Sereno e calmo.
(Ok, exagerei)
C o X a diz:
vá ver seu filme, com suas SARDAS na cara e sua bunda branca mal comida, pois, para ser bem comida, deveria comprar o tal manual iashdisa.
sarah - tô não diz:
ahuahu obrigada pelos conselhos
C o X a diz:
Não agradeça, não os seguirá, como nenhum mais útil que já te dei ou daria. Continuará fazendo as mesmas idiotices até não sei quando ...
sarah - tô não diz:
ahuahua
sarah - tô não diz:
eu realmente sou previsível...