sábado, 18 de julho de 2009

vou-me embora pra... lá

Extenuei-me e quero sair daqui, não sei ainda pra onde eu vou, mas sei que vou ou que, ao menos, deveria ir, porque quero ser mais do sou, do que tenho sido, do que me tornei, do que almejo ser, do que me forçam ser e, sobretudo, ser mais do sou sem deixar de ser o que sou, mesmo que eu não seja nada.
Há algo lá longe que me chama, que me fascina, que me seduz. Muitos dirão que Lá não há nada de especial, que não passa de um mísero ponto na imensidão do mundo. Mas eu vejo nessa latitude desconhecida um pouco de tudo o que sou. Como se esse ponto travestido de uma entidade incógnita me tivesse criado e moldado à sua imagem e semelhança.
É o meu refúgio, a minha aldeia secreta. Só Lá me faz esquecer os problemas quando olho o horizonte, quando aprendo um pouco mais com a gente rude e trabalhadora, quando consigo ver o céu estrelado, por cima dos prédios, a acalentar os meus sonhos.
E por mais que me digam para não fugir, porque aqui é a minha terra, não é nesse universo apático em que me sinto bem. Distante dessa cidade horrorosa, recheada de pessoas mesquinhas e presunçosas, há olhos que reluzem mais do que as mais cintilantes constelações e há sorrisos sinceros que têm uma luz tão própria, tão radiante e tão pura que parecem vir da própria alma.
É lá que me revejo, é para lá que regresso quando o resto do mundo parece me voltar as costas e é lá que me reconforta como só algo muito especial consegue fazer. Só Lá é que consigo me sentir um pouco mais... EU.

terça-feira, 7 de julho de 2009

discorrendo por nada

Quando a doçura do meu sono fora violentada pela urgência do novo dia que se impunha, com o inegável fato de que já eram horas de levantar, senti-me sufocada pela circunstância de estar viva e de ser obrigada a existir por mais 24 horas. Há dias em que não sinto vontade de ser.
Meus pés se atropelaram e tropecei na claridade intrusa, caí de cara no chão da realidade que presumia o novo, que de novidade nada tinha. A rotininha aborrecedora constituída de pormenores azedos que, se tomados como um todo, não fazem a menor diferença, porque embora a mesmice diária se difira em detalhes, em suma mantem-se a mesma.
Abri os olhos com dificuldade, devido à quantidade excessiva de remelas, e reparei que o pijama que me abrigava sorria despreocupado das memórias que o conduziam à avenida das consternações, olhando ao redor como um atento expectador de um circo de aberrações, com questionamentos discretos sobre a veracidade daquela atmosfera surreal de que dispunha para entreter-se por um pequeno momento, fazendo-se, assim, algo enorme na terra de diminutas convicções.
Na minha cabeça, comiam quatro atitudes: a dúvida, a certeza, a confiança e a suspeita. Discutiam entre si, entre garfadas gulosas e gargalhadas histéricas, os planos para o futuro e brindavam ébrias às memórias do que depois será, sem considerar o que sempre seria.
E no jardim da minha vida, mangueiras regavam as sementes que plantei numa fúria molhada de arrependimentos. Via afogarem-se as plantações da vida e as suas questões. Ninguém desligava as torneiras e a inutilidade das ações insistia e se repetia em litros de desperdício. Há dias em que não vale à pena ser...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

banana's land

Já faz um ano que a Era Euvírus, com a sua lógica ditatorial "eu quero, eu posso, eu mando", foi pro brejo, tudo mudou, mas o essencial ainda permanece o mesmo. Não creio que o Eurico fará parte do "hall dos grandes vascaínos", muito embora tenham feito um documentário sobre ele chamado "A locomotiva". E bem, pode ser um sinal contrário à minha expectativa.
No âmbito nacional a história se repete. Sarney & família não deixam nada a desejar ao ex-presidente do Vasco: roubos, assassinatos de sonhos e esperanças, manipulação de fatos e distorção da realidade em proveito próprio. José Sarney e Euvírus são irmãos gêmeos separados após o parto. Cada qual deu a sua contribuição de mau caratismo nos respectivos campos de atuação. Infelizmente, ambos continuam por aí, enchendo o saco e provocando muita azia e enxaqueca.
Se, daqui a alguns anos, resolverem fazer um documentário sobre José Sarney, esse dinossauro assaltante da política brasileira, eu não me espantarei, principalmente se o colocarem como destaque no carro alegórico em que se transformou o "hall dos grandes brasileiros".
Para eternizar o momento teríamos Sarney juntamente com Lula, Delfim Netto, Renan Calheiros, José Dirceu, Dilma Rousseff e adjacentes, retratados numa pintura, bem como "A última ceia", pregada a um altar para cerimônias de culto à imoralidade.
Ao centro, veríamos Lula fantasiado de Jesus de Nazaré -seu maior fetiche histórico-, acompanhado de seus discípulos, confraternizando em um banquete de arrasar em alguma sala secreta no castelo do Edmar Moreira, bebendo o néctar do dinheiro dos cofres públicos e repartindo pedaços de pão do mensalão...
Como diria Mainardi, "o Bananão continuará sendo o Bananão", não só no que diz respeito à política, mas também ao futebol. Nada é sério nesse país, nem ao menos a filha da puta da paixão nacional.

[ Delfim Netto é conselheiro político de Lula, metido em cachorradas desde quando nem me lembro mais! Aqui está uma matéria referente ao Relatório Saraiva, feito na época do Governo Militar. E Aqui outro artigo interessante sobre o caso.
Aqui há uma prévia da falação sem limites de Euvírus Miranda e sua corja.
E, finalmente, Aqui há a vergonhosa notícia da absolvissão de Edmar Moreira e Aqui, a não menos humilhante notificação do apoio do Presidente ao Ladrão Sarney ]