terça-feira, 25 de novembro de 2008

saríola - o projeto de uma vida

O Brasil ainda tem um alto índice de natalidade. As mulheres que já atingiram a idade propícia para fornicar, ainda não conseguem assimilar bem que existe uma diferença gritante entre constituir família e formar quadrilha.
Aonde eu quero chegar com isto? Um dos enormes entraves da Nação está na nossa indústria de base: a que fabrica gente. Estas inconseqüentes começam a despejar ninhadas no mundo bem cedo, de forma que aos 35 anos elas já tenham atingido a impressionante marca média de 12 filhos.
Se fosse um problema meramente quantitativo, soluções viáveis para dar cabo à questão seriam encontradas. Mas o problema consiste no fato de que essas mães não fazem ao menos um tipo de seleção. Ou seja, não melhoram o produto, elas mandam tudo de volta para o mercado com os mesmos defeitos de fabricação.
Mas eu tenho um sonho. O sonho de criar em laboratório um vírus esterilizador altamente contagioso com a minha grife. Uma linda moléstia que se manifeste através de uma borbulhagem, borbulhagem esta que formaria nas testas das pacientes, a frase: "A Saríola me deixou estéril".
Tenho o sonho de ver, periferias à fora, as bisnetas dos antigos escravos, juntamente com as bisnetas dos antigos esclavagistas, todas com as testas borbulhentas, sentadas à mesa da fraternidade exclamando: "Olha que filha da puta! Esta Sarah do caralho!".
Eu tenho um sonho. Infelizmente, enquanto eu arquiteto prejetos científicos sérios, que colocariam o nosso país para frente, estes cientistas andam idiotamente entretidos a tentar descobrir vacinas e outras merdas que não interessam.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

retratos de família

Encetarei aqui hoje, e também nos próximos dias, uma série de Retratos de Família, para melhor dar de conhecimento ao leitor. Porque além de romper barreiras ortográficas, eu também me proponho a romper estigmas sociais, principalmente no que diz respeito à minha família, que fervilha tanto que parece uma ferida aberta com pus. E, como todo órgão genital de procedência duvidosa que se preze, a minha família também tem chatos, e é sobre eles que dissertarei até que me faltem palavras.

A tia Bucetilde

A minha tia - não adianta escondê-lo - é puta. E não digo que seja puta no sentido de ser má como as cobras, mas sim no sentido de que fode com caminhoneiros a troco de dinheiro.
A culpa foi do meu avô que era muito rígido e lhe disse: "Minha querida filha, acima de tudo, respeitará a tua família. E terá uma profissão que seja digna do teu nome." Ora, ela se chama Bucetilde.
Mas ter uma tia puta tem imensas vantagens. Por exemplo, se no trânsito um cara me diz "filha da puta!", eu abaixo o vidro e respondo: "Filha da puta não, sobrinha! Cê faz favor!".

O tio Genival

Meu tio é ex-presidiário. Reza a lenda, que ele se deparou por lá com muita carga de pintos e que depois de ter saído continuou a receber por muito tempo várias cartas perfumadas e cheias de corações, mandadas pelos namorados.
Como se já não bastasse, desde quando passou a sofrer de tendinite na mão direita - por motivos óbvios -, nunca mais foi o mesmo. Se por um lado, a veia punhetística está menos latejante, por outro, o seu talento aforístico torna-se cada vez mais profundo. Aqui vai o primeiro pensamento: "Foda numa puta vale por duas: o ato em si e a corruptela nas finanças, pois puta não passa recibo".
Ele esteve preso por evasão fiscal e pode até ter levado na bunda, mas é de classe média, caralho!

[Em breve mais crônicas de família]

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

o comedor - parte 3

Devo avisá-los que esta questão que levantarei hoje sobre O Comedor também é bastante polêmica. Apenas uma teoria, da qual não sou defensora, que não passa de uma proposta de debate. Portanto, apelo à calma de todos.
Primeiramente, que o sujeito é amplamente aviadado já não é nenhuma novidade, em segundo lugar, fui capaz de provar por A+B que O Comedor gosta na verdade é de dar a bunda. Então, trata-se do seguinte: e se a viadagem for uma atividade mais masculina e de machão do que a heterossexualidade?
Ora, acompanhem este raciocínio: quando um cara está a levar na bunda ou a comer a bunda de outro, está com mais um sujeito ali, os dois a suarem, um a arrebentar com o esfíncter do outro, agüentando valentemente. É uma espécie de desporto violento, com muito contato físico, como o boxe, só que em vez de se dar porrada, leva-se na bunda. E em vez de se acabar com os olhos fechados por causa do inchaço, acaba-se com um olho bem aberto por causa do maço.
Por outro lado, a heterossexualidade implica estar com uma mulher, que é um ser delicado, e um sujeito põe-se a pensar: "Será que ela está gostando? Estou a aleijando?", o que acaba por ser um bocado aviadado.
Dito isto, questiono: seria O Comedor mais macho do que os demais homens heterossexuais?
Pensem nisto e depois digam qualquer coisa.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

acalmem-se!

Fizeram alguns comentários sobre os horários peculiares que publico meus textos aqui. A atenção ao pormenor é muito importante, principalmente pra quem tem pretensões de seguir carreira de decoradora.
Fora isto, nunca passou pela cabeça de vocês que eu pudesse estar no exterior a alguns fusos horários do Brasil? Não estou, claro.
Isso tudo apenas para dizer que receio que, não por minha culpa, o Mundinho Insosso esteja se tornando um fórum...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

que saco

A inércia acalma a vontade de tomar as rédeas da minha vida. A inércia mata a paixão, esconde as cores e faz as coisas todas parecerem fotografias pálidas. Por que é que quando tudo que parece bem, desmorona?
As respostas não são dadas mas pressentidas e custam quase tanto como a incerteza, como as palavras caladas e escondidas que nunca serão ditas e que morrerão no esquecimento, como se tudo o que foi real não passasse de um sonho.
E ter que agir, contra a vontade e contra o que sentimos. E sentirmo-nos mais sozinhos do que nunca apesar de sabermos que estamos fazendo o certo. Então por que custa?
Se é o certo e se temos razão, se os fatos, as provas e tudo o mais estão do nosso lado, por que é que dentro da gente custa tanto?
Por quê é que seco as lágrimas que não quero nem consigo chorar?
Por quê é que tudo parece tão cinzento e sem calor?
Por quê é que tudo se desmoronou?
Será que alguma vez esteve erigido?
Tenho o cérebro em ponto de interrogação. E no coração, pouco mais que reticências...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

parecer eleitoral

O aspecto mais lamentável do dia eleitoral é o resultado do Custódio. Eu sei que a direita está quase toda radiante com a humilhação da Margarida. Mas a humilhação dela é preocupante apenas para a própria candidata e para o seu partido. A eleição de Custódio é preocupante para a cidade inteira.
Os 51,82% dos votos premiaram o pior dos 6 candidatos, o mais despreparado e o menos alicerçado num projeto coerente. Custódio avançou por um orgulho ferido aliado ao jogo sujo e pouco mais. Demonstrou uma aflitiva falta de conhecimento de todas as matérias, nem sequer sabia responder sobre seus mandatos anteriores. E fez uma campanha que reuniu o pior da direita (o tradicionalismo bocó) e o pior da esquerda (a retórica grandiloqüente).
Nada mudou, a incompetência é a mesma: a do futuro prefeito e de quem o elegeu. Mas que merda.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

o comedor - parte 2

A situação exposta no post anterior foi mesmo chata. Mas se calhar não me fiz entender muito bem da primeira vez. É natural, já que eu tenho esta mania estúpida de achar que estou me dirigindo à pessoas minimamente inteligentes. Aqui vai outra tentativa com uma pitada de psicanálise agora.
Eu o entendo porque sou bastante compreensiva com estas questões. Entendo no sentido de que ele precise se auto-afirmar a qualquer custo por causa do seu descarado trejeito abichanado. O fato de eu compreender a feminilidade atrevida dele, não significa que eu vá deixar isso passar despercebido por aqui, porque um sujeito que faz este tipo de coisa, digamos a verdade, é um palhaço.
Mas é muito triste que os homossexuais se vejam forçados a encapotar sua paneleirice, principalmente se para isto acontecer, eles tenham que atentar contra a honra dos outros. Portanto, eis um apelo geral.
Bichinhas, relevai-vos sem medo. Por duas razões: primeiro, rendem-me mais alvos de chacota. Segundo, vocês são meus Cavalos de Tróia para aqueles que não gostam de dar a bunda. Quanto mais de vocês se revelam, mais eu posso chamar outros à discussões pré-sexuais, afastando-os do lado negro da força alegando que dar o cu deforma o andar e por aí vai.
Foda-se. Eu consigo reconhecer um pedido de ajuda quando vejo um.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

o comedor

Havia prometido a mim mesma que iria falar sobre um chupa-picas que resolveu se auto intitular comedor. Mas essa é uma tarefa pesada e talvez eu faça em fascículos, porque há muito para se dizer sobre o abocanhador de nabos. E a primeira coisa que deve ser dita é a seguinte: é por causa de paneleiros como esse que o país não avança.
Em segundo lugar, devo esclarecer que não ligo para o fato de um cara ser ou não comedor, aliás, no que concerne a foda, sou uma liberal. Acredito na liberdade individual, acredito na responsabilidade de cada um perante os outros. No fundo, usando um clichê, sei que a minha liberdade acaba onde começa a do outro. Por isso fico inconformada quando vejo uns merdas desse gabarito, fazendo frente a mim e aos amigos meus.
Além disso, todo o mundo está ciente que um homem de verdade não precisa alardear suas fodas, ou seja, não há necessidade de gritar para os quatro cantos do mundo que ele come a torto e a direito. Isso diminui as suas chances de copulação, porque nenhuma mulher quer fornicar com galinhas e fofoqueiros.
Visto isso, vale ressaltar que não há atitude mais homossexual do que essa de colocar fotos no Orkut dos amigos juntinhos chamando-os de comedores. Ora, das duas uma: ou os amigos comem o cu dele ou eles comem o cu uns dos outros. Francamente Sr. Fodilhão, mas que merda de mariquice é essa?
Estou fora de mim com este suga-pepinos enrustido. Vou acalmar-me um bocado e já retorno a este assunto.

sábado, 18 de outubro de 2008

recomendações

Idiotas avulsos me perguntam: "Sarah, qual é, para você, o tipo de leitura que proporciona maior possibilidade fodenga?". Esperam que eu, qual Dr. Jairo Bouer, desande a recomendar livros que, uma vez conhecidos, sirvam para impressionar tanto mulher literata como também analfabeta.
Ora, do Jairo, só gostaria de ter a sua credibilidade, que atribui ao retardado enormes potencialidades no campo afetivo e a inevitável conseqüência de ter suas merdas divulgadas em tudo quanto é lugar.
Assim sendo, não recomendo que leiam as histórias de um Dan Brown, nem as chatices de Nicholas Sparks. Tampouco as ordinarices dum doutorzinho Bouer da vida ou as repetições senis do Paulo Coelho. Nada disso me serve e tapados que se umedecem à simples alusão destes autores, não prestam grande coisa. Foda-se, não prestam mesmo.
O que eu posso indicar como leitura fodenga eficaz é a leitura da necrologia dos jornais. Meu vizinho faz isso. Gosta de saber quem morreu para ir visitar a família, segundo ele, "gente enlutada é gente carente de consolo", e há a hipótese de sacar uma viúva ou uma órfã. Além disso, ele garante que "lágrimas de pesar sempre dão bom lubrificante".

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

o nada

Sinto-me só. Como um grão de areia numa praia enorme, como uma folha numa floresta vasta. Rodeada por todos e por ninguém. Por tudo e nada. Existem folhas da minha árvore e grãos da minha praia que se preocupam em me ver feliz, mas do que vale isso se a raiz e o mar não percebem a minha solidão?
Qual é a razão que levaria essa tristeza a me acompanhar tão intensivamente? Imploro ajuda mas só consigo obter ausência. Ponham fim a isto! Desisto, não tenho mais forças para lutar pelo preenchimento de um buraco sem fundo.
Tento enganar a alma com um livro ou com uma música e até com muita cerveja e narcóticos, consigo fazê-lo mas logo após, nada mais me resta senão algumas lembranças.
Recordo o passado, recordo até as últimas linhas daquilo que me torna feliz por uma hora ou duas... mas para além disso, que mundo? Que riso? Que vida?
O nada é maçante, é cansativo. O nada é tudo para mim...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

dúvida crucial

Nas observações que vou fazendo sobre as pessoas que me rodeiam, tenho constatado que existem vários tipos estranhos de mulher por aí, e o pior: em quantidade e em variedade. Hoje, tive oportunidade de observar um outro tipo peculiar que me inquieta.
Uma daquelas garotas que são bastante gordas, mas que não desistem de usar roupas justas. No caso, esta sujeita era tão grande que ela só devia conseguir vestir as calças depois de amanteigar as nádegas para escorregar melhor.
Essas garotas são inquietantes porque estão ali apertadas por todos os lados e, imagino que um homem põe-se a pensar no que acontece com aquelas bundas enormes quando as calças saem.
Que forma tomarão aqueles vinte quilos de bunda e coxas quando não estão acondicionados na calça? Será que se esparramam ou mantêm, apesar de tudo, uma forma mais ou menos digna que permita um cara ficar com o pau feito, na eventualidade de ter que ir lá?
Se alguém tiver informações sobre isto, queira partilhá-las por favor porque, mesmo eu enquanto mulher, não consigo entender.

domingo, 12 de outubro de 2008

outra questão

A propósito da última merda que aqui escrevi, achei por bem comentar e levantar uma outra questão interessante: as mulheres podem ter atitudes "bichas"? Eu digo que uma mulher que prefere glândulas mamárias a um másculo peitoral definido, é bicha.
Para saber o porquê desta afirmação, temos de aprofundar um pouco esta discussão e expor as razões que levam um homem a ser considerado bicha.
Ser viado não é só levar na bunda. Um viado é um cara que não sabe separar o que é para foder e o que é para brincar. Sabem a expressão "não se brinca com a comida"? Um viado brinca com a comida. Não sabe discernir.
O que é que eu quero dizer com isto? Um viado fode o mesmo cara com quem assiste futebol, toma cerveja e vai pescar. Uma viada fode a mesma garota com quem faz compras, vê novelas e vai ao cabeleleiro. Ou seja, não há divisão de espaço. Ambos põe os ovos todos na mesma vasilha.
Vocês estavam à espera de uma diatribe anti-gays, mas isto, vale à pena dizer, é somente uma questão funcional.

(Atenção: o que eu escrevo não é a palavra de Deus. Embora sobre estes assuntos, ande bem perto.)

sábado, 11 de outubro de 2008

se um homem virasse mulher: puta ou lésbica?

Uma velha questão que, sazonalmente, a humanidade coloca à ela própria, prende-se com um assunto que escuto muito dos caras lá da faculdade. Alguns dizem que "qualquer MACHO, se fosse mulher, andava a comer outras garotas", no que é secundado, há outra hipótese bastante considerada por eles: "se eu fosse mulher, seria puta".
O Mundinho Insosso pergunta: se um homem acordasse mulher um dia, o que é que ele faria (evidentemente, depois de tentar descobrir a profundidade do órgão genital feminino)? Seria lésbica? Ou seria puta? Pois é, merdas. É esta a questão.
O Mundinho Insosso acha a segunda. Porque uma coisa que sempre me intrigou foi a falta de "algo" no caso da primeira opção. Além disso, se um homem fosse mulher e comesse outras mulheres estaria sendo gay. Finalmente, considerando a facilidade superior das mulheres em arranjar parceiros fodengos, é natural que, se um cara acordasse mulher, fodesse a torto e a direito.
Sei que esta opinião é polêmica e que algumas pessoas não quererão ler este espaço outra vez. Há pessoas ainda mais frágeis que estão nesse momento pensando se serão gays. São-no, com certeza. E que também há pessoas que concordam comigo.
Digam-me de vossa justiça.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

100 fucking posts!

Não imaginei que essa aventura fosse durar tanto. Começou numa noite fria de julho e se estendeu até aqui.
Houve momentos de desespero e histeria em que pensei "vou acabar com essa porra agora", abandonei o blog às traças. Mas todo bom filho retorna à casa.
Não podemos abdicar dos nossos refúgios, dos nossos portos seguros, onde podemos nos esconder do mundo, abrir o coração sem qualquer receio e até choramingar sem sentir vergonha por isso.
Poucas coisas ainda fazem sentido pra mim, e uma delas é escrever. E aqui eu sou ainda mais sincera. Sou eu, sem minha carapaça, nua e frágil. Isso me faz bem.
Eu vou continuar a escrever. Até mesmo porque a minha vida tão sempre monótona continuará me dando motivos pra vir aqui desabafar, mesmo que ninguém mais leia, mesmo que eu esteja a falar sozinha pra esse fundinho branco.
A minha vida continua sendo insossa, mas eu até gosto dela assim!
Um brinde ao Mundinho Insosso: salut! :*

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

cozinhando com a sarah

Para meu espanto e de todos os que me rodeiam, estou descobrindo a piada de cozinhar. Já haviam me falado dela - da piada - mas eu, muito desconfiada, nunca havia me arriscado.
Agora, por estar a um passo de ir morar sozinha em outra cidade, ando a brincar de cozinheira, bem ao estilo da Ana Maria Braga.
Recorro, evidentemente, aos blogs sobre culinária. Há um universo deles, como os de bebês, só que sem serem chatos e malucos. E digo mais, não só tenho feito coisas pouco comestíveis como também abomináveis e indigestas.
Moral da história sobre a minha incompetência no que concerne a gastronomia: quando eu penso que posso compensar a minha falta de habilidade dobrando os meus esforços, não há limites pra cagada que eu posso arquitetar.

muito medo

Sabem aquele sentimento absurdo que temos quando um amigo nosso começa a gostar das coisas que antes só nós é que gostávamos? Como se descobrisse o nosso tesouro fazendo-o perder um pouco do valor, tornado-o comum até. Às vezes eu sinto isso, por exemplo com artistas que 'cresceram' sem o brilho da fama mas que mesmo assim eram bons. Até que um dia eles dão um passo à frente, até a MTV, e as nossas músicas preferidas passam a ser tocadas em qualquer rádio vagabunda, exceto a Itatiaia.
Pois eu gosto da Itatiaia, sempre escuto músicas que eu gosto e não conheço. Mas, acima de tudo, eu gostaria de ouvir outras músicas do Brian Adams ou da Sarah Connor que não fossem só as músicas que tocam sempre, SEMPRE! Nem que fosse para confirmar que eu não gosto da música deles.
Em relação ao Cinema é a mesma coisa, será que o Guy Ritchie seria tão engraçado se fosse um queridinho dos grandes estúdios? Será que o David Lynch seria tão espantoso se sempre tivesse feito tudo na MIRAMAX (ou qualquer outra), com gigantescas campanhas publicitárias como foi feito com o Jurassic Park?
Sinto muito medo. Medo de que outros dos meus artistas preferidos, a exemplo da Amy, percam a autenticidade, que eles não consigam voltar atrás, que Sublime e Tom Waits comecem a tocar na Rádio Panorama seguidos de perto por Jeff Buckley. Entendem?
Medo.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

a paixão de acordo com mel gibson

Nesse final de semana, minha mãe (sempre ela) fez ressurgir das cinzas aquele filme "A paixão de Cristo". Sobre esse filme, me parece que tudo já foi falado. Já entrevistaram Rabis, Arcebispos, Não Crentes, até entrevistaram o Papa. Dizem que ele gostou.
Eu ainda não o vi (o filme, não o Papa), nem o trailer, já vi algumas imagens (do Papa também aliás). Dizem que é muito violento (o filme), e que o excesso de violência faz com que a mensagem não passe tão bem.
Será que o intuito desse filme é mesmo o de passar uma mensagem? Tenho que me informar sobre isso. Nem sabia que as produtoras Holywoodianas patrocinavam campanhas de evangelização. Será que há um apelo logo antes dos créditos?
Este filme, na minha humilde opinião, tem como objetivo incomodar as pessoas, e não só comovê-las com imagens pungentes e acordes musicais que puxam a lágrima (truque especial da Disney). Incomodar, fazer querer saber mais, mostrar a verdade. E se o objetivo do Mel não foi esse, então há algo errado ali.
Pergunto-me se foram feitos vários finais para a história que vai ser contada. Se, por exemplo, para o público fã de filmes de ação, iremos ver Jesus saltar da cruz como Neo, dar uma coça nos soldados e acabar com a raça de Judas após uma alucinante perseguição de carruagens.
Por isso, eu vou ficar atenta até ao fim, de orelhas levantadas, para ver se logo depois de darem a esponja de vinagre a Jesus ele vai gritar "Freedom!" com um forte sotaque escocês ou se vai dizer o que verdadeiro Jesus disse: "Está consumado!".
É um trabalho difícil, espero que o Mel Gibson tenha conseguido algo de bom. É sério.

"Ele está vivo!" (Jesus, não o Papa)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

sarah palin - a incógnita do momento

Algumas considerações sobre a minha xará, candidata à vice-presidência dos EUA pelo Partido Republicano. Sarah Palin tem 44 anos e é protestante, já foi prefeita e governadora do Alasca. Já foi nomeada uma das '40 maiores figuras com menos de 40' e até 'Pessoa do Ano'.
Mas eu confesso que não a entendo. Juro que não. Não entendo como uma mulher tão engajada se transformou em um Monstro Religioso obcecado com a imagem de boa moça.
Além do mais, ela tem um problema na boca que não deixa fechá-la. Fala compulsivamente, e pior do que isso, só asneiras. Desse jeito, é óbvio que ela vai afundar a próspera candidatura de John McCain.
Sabe, parece que a idade anda lhe fazendo bastante mal. Está com ares de estúpida e afetada, com a correspondente voz nasalada. Devia cortar as cordas vocais, remeter-se a um silêncio absoluto e arranjar um amante.
Sarah Palin está maluquinha, não diz coisa com coisa, se embaralha e se perde nas suas idéias. Se continuar assim, irão jogá-la em um manicômio e ela passará o resto de seus dias a se babar e a falar da metafísica da conjuntura inerente à capacidade do legislador ordinário e subseqüente ao ordenamento jurídico americano.

sábado, 4 de outubro de 2008

assim não dá!

Não temos treinador, nem uma equipe decente para o Brasileirão. A nossa defesa anda aos papéis, os melhores jogadores estão sempre lesionados (ou expulsos), não sabemos segurar resultados, tanto ganhamos por 4 como perdemos por 3...
Mas estou aqui com uma fezada na cabeça: a mania do Vasco da Gama de desfazer os nossos sonhos.
É, ainda por cima, curioso o destino. O jogo em que jogamos melhor nos últimos tempos, foi o jogo que perdemos. O jogo em que podíamos sonhar, foi quando nos cortaram as asas...
Continuo puta da vida. Aliás, como poderia estar de outra forma?

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

preocupação social

Estou preocupada, caralho. Jonas Brothers, anél da pureza e castidade são três coisas que não engulo, especialmente porque até a rainha da hipocrisia, Sandy, não se agüentou e arrumou uma licença para finalmente assumir que fode feito louca.
Numa noite de bebedeira das boas, um conhecido me revelou que quando era pequeno, usava a sua imaginação de criança para fantasiar que era um super-herói. Na sua inocência, imaginava que era o Super-Fodedor. Tinha poderes: o super-pipizinho e o super-esguicho, mas que acabava sempre por ter que se contentar com a super-punheta.
Não se fazem mais adolescentes como antigamente.
Hoje em dia, vemos as nossas crianças e os jovens crescerem ao Deus-dará, sem referências nem ideais. Saíram da merda, pra cair na bosta, ou seja, deixaram de lado aquela voz esganiçada da Sandy para ouvir Jonas Brothers (desculpem-me pela redundância).
Seria reconfortante saber que os garotos, na idade das primeiras fodas, têm sede de conhecimento, uma tremenda demonstração de humildade, mas ao mesmo tempo de ambição. E é disso que é feito um bom fornicador.
Antes de ir, gostaria de deixar uma nota de falta de esperança. Sim, falta de esperança pela nova geração, se nós mulheres de hoje já sofremos com a pouca qualidade, não gosto nem de imaginar a escassez fodenga daqui a alguns anos.
Onde vai parar o mundo?

domingo, 28 de setembro de 2008

no subject

Não tenho escrito nada nesses últimos dias porque ando muito encafifada com essas histórias de pedofilia. Mentira. Não escrevi nada esses dias porque estava em uma pendenga da qual só me recuperei agora. Mas isso, como diz minha vó, são contas de outro colar de contas chinesas e que cabem em outro post.
Bom, só passei por aqui pra contar que minha mãe andou a ler esse blog, não gostou e não deixou de gostar, mas também ela deve ler mal, por isso. Limitou-se apenas a um reparo: disse que aquele post sobre as bichas era exatamente o gênero de merdas machistas que meu avô costumava dizer.
Minha mãe não sabe do que fala, mas a verdade é que eu também não...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

pequena ode ao amor

Os sentimentos de hoje são estranhos. Já ninguém se apaixona realmente, já ninguém quer viver um amor impossível e ninguém quer amar sem uma razão. O amor virou uma questão de prática. Porque as pessoas não querem ficar sozinhas. Porque são colegas e estão ali do mesmo lado e está tudo ótimo. Pra ter uma foda segura e garantida. Porque se dão bem e um não chatea muito o outro.
O amor passou a ser uma variável de camaradagem. E a paixão que deveria ser desmedida, virou uma paixão "na medida do possível". O resultado disso é que as pessoas ao invés de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Aonde enfiaram o amor puro? O amor doentio, estúpido, cego, irracional, o único amor verdadeiro que existe, que não tem um meio, um princípio ou um fim, que é somente uma condição. Trocaram-no por uma conveniência de prestação de serviços.
O amor é uma coisa, a vida é outra completamente diferente. O amor não é pra ser um alívio, um intervalo na putaria, um "jeitinho na vida sentimental", um afago na carência. O amor não é pra nos ajudar. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida muitas vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina.
O amor é uma verdade, por isso a ilusão é necessária. A ilusão é linda, não faz mal. Que se invente e se minta e se sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, mas o amor é mais bonito que a vida. A vida que se foda.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. E vale à pena acreditar que viver sem paixão da forma como eu vivo, nada tem muito sentido. Sem amor a vida fica ainda mais fodida...

esclarecendo

Algumas pessoas protestam contra a minha denotada homofobia. Parece que dedico muito do meu tempo a caçoar de bichas, e eu que pensava que era pouco. "É uma frustrada", "Sai do armário", isso são alguns comentários que ouço de pessoas próximas. Nada mais longe da verdade. Essa história de "se diz mal é porque no fundo quer ser" é um clichê que precisa ser desmontado. Falo mal de deficientes. Falo mal de pretos. Falo mal de judeus. Falo mal de flamenguistas. Querei ser uma? Não me parece.
Visto isso, por que é que eu falo mal de viados? Por uma questão de egoísmo. Há cada vez mais bichas e isso me prejudica, ainda mais em uma cidade onde a proporção de mulheres para homens é altíssima. Aliás, independente de bonitos ou não, homem é, por definição, um organismo livre, sempre à espera de uma mulher pra fornicar.
Eu não sou homofóbica por ficar insegura da minha sexualidade, uma mulher de verdade não se sente insegura por nada no mundo. Mas ser viado é mais do que levar na bunda. É um estilo de vida que não retira apenas uma opção do mercado, retira várias. Isso me atrapalha.
É ruim pra nós mulheres, mas é pior pros homens. Explico: você tá a fim de ir jogar futebol, não consegue arrumar 10, porque bicha não gosta de bola. Quer ir encher a cara e não dá, porque eles só tomam chá. A solução ou é ficar em casa batendo punheta ou começar a sair com eles. Quando isso acontecer, já estou vendo o filme: você bêbado, drogado e virando a bunda pra um deles, como quem não ama. Pronto. Menos um no mercado. Claro, menos um. Eu pelo menos nunca conheci um ex-viado. Portanto, isso me causa algum transtorno.
Eu não acho mal ter um amigo bicha, aliás, é como ter um amigo preto, ou um primo distante que tem um filho mongolóide. É bom pra diversidade e dá uma boa história pra impressionar os amigos bonitinhos de esquerda. Dois amigos viados ainda vai, o chamado "casal amigo", mas três... três já é um trio elétrico insandescido. Aí fica difícil de aturar, !

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

ressalva

Dizem por aí que, apesar de eu discorrer bem sobre os assuntos, tenho uma escrita inapropriada para mulheres. Considero isso um insulto. Estão confundindo ordinarice séria, que eu me orgulho de produzir, com mera falta de maneiras e mau gosto.
Não sei o que esperariam encontrar aqui, devem ter pensado em uma "receita de bolo de fubá" ou nas "567 maneiras de conquistar aquele gato". Nunca! Logo eu que sempre me gabei de ser como uma caneta Bic, de escrita fina.
Que se foda, não é impróprio e não é vulgar. Aliás, relevo o fato de considerarem "porra" e "caralho" asneiras, pra falar a verdade são das merdas mais meigas pra se dizer e da minha parte, tenho certeza de que me seria impossível viver sem elas.
Obervem. A garota faz um texto bonito, à maneira de um bom botão de rosa palavrar e, no entanto, borra a pintura no fim. Ou seja, no meio do botão de rosa, eu cago nas fuças dele. Isso porque, de alguma forma, a erudição depreciativa exerce um fascínio sobre mim.
A propósito, para estarem tão preocupados com a escassez de delicadeza que impera nesse espaço, cabe uma pergunta pertinente: vocês são viados?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

sejamos sinceros

Além de palavrões, o Mundinho Insosso também é um blog de valores. Daí este apelo à sinceridade. A vida seria muito mais fácil e o mundo um lugar mais harmonioso e feliz se as pessoas deixassem de merdas e dissessem logo o que querem.
Por exemplo, você pega um ônibus. Ao seu lado está uma mulher com seus 40 anos, mas ainda assim é uma mulher, com bunda e peitos. À essa idade, ela tem que ser comida já, porque senão estraga.
Então, cordialmente, você a aborda: "Moça, me desculpe, mas seu marido muito provavelmente já não lhe fode da maneira como se deve há anos, eu sou novo e estou disponível para fazê-lo de uma forma que a senhora até julga que é mentira." E a mulher aceitaria ou não.
A recíproca também seria válida. Ela te olharia e diria "Apetecia-me mesmo, era te dar", e você diria "Vamos a isso" ou "Não, és mais feia do que o caralho". E acabaria tudo bem.
Enfim, a vida é simples, nego é que complica demais.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

ah, não me fodam!

Esse povo de Juiz de Fora é mesmo chato.
Não se pode manter um blog que já vem algum filho da puta dizendo que é "alternativo". Não gosto nem um pouco disso.
Uma mania de metido a literato de classificar tudo. É banda. É livro. É filme. E agora até o meu blog. Classifiquem as vacas das suas mães.
Idiotas, esse é um blog ordinário, nada mais.
Estou indignada, caralho.

shit

Estranho me lembrar de uma história bizarra da qual fui protagonista há alguns meses atrás, foi um acontecimento tão incrivelmente sem sentido que discorrer sobre essa história ridícula hoje, pareceu-me promissor.
Observei meu avô vindo com seu órgão reprodutor limpinho, me dizendo que a Igreja Católica Apostólica Romana era a única capaz de salvar meu Campo Elétrico Polifásico Intrínseco, mais conhecido pelos não-engenheiros como alma. Olhei-o com desdém. Sentia um desejo insano de urinar em fontes de água benta!
Lembrei-me que era domingo e que, aliás, domingo sempre tivera sido um dia daqueles pra mim: o dia de enfiar-me em uma jaca modificada geneticamente de cem quilos.
Estava absurdamente frio naquela noite e o garoto falava compulsivamente, não ficava quieto de modo algum e quanto mais ele se pronunciava sobre qualquer assunto que não me recordo bem, mais pena sentia dele. Até mesmo porque, nunca tive uma boa impressão do infeliz, na melhor das hipóteses, eu enxergava virtudes nele apenas quando embriagada.
Cale-se idiota, pensei em dizer, saia daqui. Mas não o fiz. O desfecho não podia ter sido pior: que beijo bom é o seu pra cá, que sorriso lindo você tem pra lá. Vê como sou fofa com minhas paixões? Minha boca sempre me prega peças sutis. É o quê me tem acontecido desde quando já nem me lembro mais, talvez desde quando estou sempre metida em roubadas.
Falava enrolado porque estava indesculpavelmente bêbada. Queria logo superar o trajeto e chegar em casa. Mas ir acompanhada era a última coisa que deveria ter feito. A respeito do desfecho, bem amigo, aquele que já era previsível.
Um dia de bebedeira me deixou arruinada e abandonada, minha cara pedia por um murro e meu corpo só queria descansar e dormir o sono dos justos, ou dos mortos, tanto fazia. E se alguém me ligasse, bastaria apenas dizer que eu estava me recuperando de uma pesquisa de campo perigosa.
Enfim a alegria de estar com alguém legal se foi, o que restou foi a rainha dos sorrisos, obviamente quebrada quando vista de perto...

domingo, 14 de setembro de 2008

para sempre gloriosos

Mais uma vez se cumpriu a tradição e a pior equipe, com piores jogadores, pior preparo físico e sem nenhuma tradição ou história de glórias, venceu. E o Náutico provou que existe única e exclusivamente na primeira divisão apenas para fugir do rebaixamento.
Eu sei que deveria assumir a derrota como fair play, dizer que o Náutico esteve irreconhecível, que o Tita não acertou ao montar a equipe e que acertou menos ainda com as substituições, que o Vasco da Gama vem de mal à pior e que isso começa a tomar proporções alarmantes, que as 10.450 pessoas da "imensa torcida bem feliz" não mereciam uma exibição tão pálida e apagada do time que é Tetra Campeão Brasileiro. Sei que tudo isto são verdades, mas PUTA QUE OS PARIU! É a única coisa que me vem à cabeça. PUTA QUE OS PARIU!
Estou definitivamente a precisar de muito bicarbonato para a azia. Azia sim! Porque já virou uma tremenda piada, daquelas de muito mau gosto, e mais do que isso, virou uma tremenda falta de respeito para com o Gigante que tanto contribuiu para o futebol brasileiro.
O que sempre me conforta a alma é saber que, apesar do que se passou hoje e das tantas atuações vergonhosas das arbitragens que já vi, o Vasco continua muito mais candidato a permanecer na primeira divisão do que os "vermelhinhos" (aposto o que quiserem que acabamos à frente deles) e também por saber que além de tudo o que dizem, nós continuamos a ser um dos gigantes brasileiros (apesar de todos os contratempos). É nos momentos de derrota que se sente verdadeiramente o que é Ser Vascaíno, o que é ter na alma a chama imensa e acesa!

primeira pessoa

Demostrando mais uma vez provas inequívocas de egocentrismo, hoje optei por me descrever, fazer um retrato dessa "mamífera" que me olha todos os dias do outro lado do espelho. Dizer decidida e convictamente quem sou.
Antes de mais nada, sou uma recém-saída da adolescência borbulhenta, em que, contudo, as maiores borbulhas não estão sob a forma de acne juvenil mas sim camufladas dentro de uma alma mutiladamente inconstante.
Tenho definitivamente uma mente aberta, que é praticamente a favor de tudo o que seja no mínimo esquisito e sou, ainda, frontalmente contra padrões e modos comportamentais típicos. Sou anti-comunismo e fundamentalmente anti-socialistas, colocando-me, de uma forma generalizada, num quadrante político da direita conservadora.
Vascaína convicta e ferrenha, daquelas que quando o Vasco perde faz um berreiro, bate portas, insulta crianças (eu sou solteira e boa moça, mas fica a idéia), xinga o Dinamite e os "chulos" e gatunos (atenção que aqui já não uso as aspas) que habitam lá para as bandas do Rio de Janeiro.
Além disso, religiosamente sou uma pessoa um pouco indefinida, sendo, por convicção, contra seitas e organizações fundamentalistas, que querem vender a salvação do mundo em imagens de santos ou cintos de explosivos. Sou também, e apesar da minha educação católica (ai se a minha avó lê isto!), uma pessoa que, se a Instituição Católica não rever seus conceitos, caminha a passos largos para um forte ceticismo face à igreja e aos seus padres, bispos, hóstias e Bentos XVI.
Sou também estudante do mítico CES, uma aspirante a conceituada engenheira de telecomunicações, com destino à uma vida boa, saudável, com muitos Audis, vivendas em distritos próximos e fugas de impostos.
Por fim mas não por último, sou uma pessoa decididamente heterosexual, apesar da minha vida amorosa ser uma daquelas coisas que, possivelmente, não são das mais bem sucedidas... mas enfim, a vida é mesmo assim, uma merdinha, para mim e para toda a gente!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

américa latrina

Tinha decidido não escrever novamente uma só linha no blog sobre política, mas a leitura sobre as últimas empreitadas de Hugo Chávez me obrigou, com espírito de revolta, a abrir uma exceção. Se querem saber como se pode reconstruir a realidade a partir do mais profundo mergulho na irrealidade, vão lá no MSN.com.br. É um case study dos bons. Dos bons? Dos melhores.
Gostaria de dizer tudo, menos que o funcionamento do Mercosul seja esquisito. Mas que a coisa, comparada com outros projetos de integração econômica-política-social, no que diz respeito à relação da Bolívia e da Venezuela com o restante da América Latina, falhou redondamente, isso falhou. Deve ter sido só azar, ou critérios, ou outra coisa assim. Mas é estranho, "estranho" no sentido da divergência entre a expectativa e a realidade.
Primeiramente, duas coisas que, de uma forma ou de outra, devem ficar associadas à substancial existência de Chávez é o seu formidável esquerdismo e a idéia de que a América Latina é quintal dos EUA, que só convence os tontos que nunca se tocaram que aqui é o quintal do mundo. E depois, essa conversa sobre "eu já não sou o Chávez de 2002" falha em tudo na realidade. O problema de Chávez não é o de ter pertencido a tempos piores e sim o de errar copiosamente em seus apelos políticos.
Suponho que depois dessas declarações medonhas, os venezuelanos que o reelegeram são ainda mais estúpidos do que os estadunidenses e brasileiros que cometeram a mesma cagada. Meus caros, mal a Venezuela respirou e El Cabrón já está colocando mais uma vez o seu país na rota de colisão.
E como se já não bastassem os delírios doentios do Hugo Chávez, houve uma explosão intencional no gasoduto boliviano que abastece o mercado brasileiro. E que, obviamente, o governo delegou às responsabilidades aos prefeitos.
Nosso hermano Néstor Kirchner estava fora de si quando afirmou que adesões da Bolívia e da Venezuela fortaleceriam o Mercosul. E quem caiu no conto do vigário, estava no mínimo dopado. No mínimo...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

o filho da puta do 'tal'

Vinte e um. Mais um que vinte. Vinte e um. Ainda não me habituei bem à sonoridade... sou uma pessoa adulta. Sou plenamente responsável pelos meus atos, posso ir presa, posso beber, dirigir, sair de casa, assinar qualquer documento e até ter bens.
Vinte e um. Perfeitamente perdida e desnorteada num mundo que nunca consegui me encaixar muito bem, tentanto infrutiferamente encontrar meu porto de abrigo, alguém que me acalme e que saiba explicar o porquê de todas as coisas. Sou exigente, é certo, quero tudo, sem tirar nem pôr. Mas mais que isso gostaria de saber como desatar tantos nós entalados, como desvencilhar-me de tantas encruzilhadas, como descobrir o caminho que me leva daqui para fora e me faça ver alguma luz. Tantas coisas com que sonho e que sei que não se cumprirão. Estou completamente à toa.
Há dias em que sou nevoeiro, e da minha palidez inconstante me faço trovoada. Porque por vezes tudo são tempestades e o Sol brilha mais para uns do que para outros e nunca para mim. E por entre as nuvens que vão escondendo os meus sonhos, vou palmilhando etapas e quebrando muros e, apesar do boletim metereológico adverso, ando sempre com um sorriso nos lábios (porque o mais difícil é saber rir quando todo o mundo "chora" por nós).
Eu ando é de saco cheio de andar por aí à procura do "tal". Apesar de eu não querer, acabo mesmo é fazendo de tudo para que o tal não aconteça, esta é a derradeira conclusão. Porque bem no fundo eu sei que nunca encontrarei a outra face da mesma moeda, nem sequer a outra face da mesma cara.
Não, não vou procurar mais pelo tal. Não quero. Não o quero mais. Vou seguir em frente, aliás já segui. Mas não me iludo assim de bobeira, e dificilmente alguém me arrebatará o coração a ponto de me fazer sentir que iria até onde quisesse só para estar com o tal... a puta da minha alma gêmea.
Eu já quis o tal... resta-me esperar agora por um qualquer qual!

sábado, 6 de setembro de 2008

a esquerda brasileira não aprende

Nesses últimos tempos, percebi que algumas pessoas precisam mais de olhar para o seu passado do que serem informadas sobre o que acontecerá no futuro.
Temos uma esquerda que, olhando para os fatos, os distorce propositalmente esperando que quem os leia confunda o conhecimento de um assunto com o fato de ouvir falar nele. Não é a mesma coisa e também não tem nada de novo. É receita velha.
É também a prova de que a esquerda não aprendeu nada. Não aprendeu a diferença entre ser crédulo e estar a serviço de uma causa. É quase comovente verificar a forma como pintaram o mundo para o adaptar aos seus próprios preconceitos. Mas o mundo é real e já tem outras cores.
Curioso é ver o uso da noção de aristocracia, no seu verdadeiro sentido, atribuída a políticos de direita para seu proveito. É o bom uso do poder.
O PT não sabe o verdadeiro sentido de aristocrata, confunde com o costumeiro preconceito da esquerda, e a prova de tal confusão está na sua apreciação sobre a falta de cultura que tem o próprio Presidente da República e a comparação feita com os seus antecessores.
O que realmente os irrita, é a ofensa que a eleição de um político de direita causaria aos seus delicados e empinados narizes. Essa gente não é de esquerda, é esnobe.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

será?

O tal do Usain Bolt venceu as provas dos 100 e 200m lá em Pequim...
Shelly-Ann Fraser também venceu as do 200m feminino, à frente de outra jamaicana, Kerron Stewart...
Pra esse povo jamaicano estar a correr tão depressa, uma catástrofe provavelmente está pra acontecer...

... a erva deve estar a ponto de acabar lá na ilha!

:)

dicas de política sem a menor sujeira

Políticos brasileiros são muito mais burros do que qualquer ser vivo no planeta no quesito 'soluções viáveis e honestas', por isso a única saída que encontram é o conchavo, mas nisso não há novidade. Todos os brasileiros estão perfeitamente cientes da situação.
De tudo fazem para manter a lisura das eleições, para conferir-lhes uma aura de respeitabilidade, mas apesar das medidas tomadas - proibindo a boca de urna, limitando as campanhas eleitorias, a lei seca -, ainda há muita marmelada pra tapear a multidão. Existem, portanto, várias desculpas, vários pretextos pra se extrair milhões de reais de todos os lugares que se possa imaginar, porque a ganância humana não dá trégua e desconhece limites.
Tudo bem, isso por si só já bastaria, mas vejamos a situação por outro ângulo. Além do instinto do público de viver sistematicamente enganado, existe ainda outra coisa: um cálculo matemático, que facilita a vida de todos os marqueteiros metidos com políticos, já que as estatísticas comprovam o desinteresse de uma nação inteira pelo assunto. Estratégias de marketing são elaboradas em cima da ignorância política/econômica da maioria da população. Aí tomamos no cu, claro, no cu. E com 10000N de força.
É como num jogo. Se você tem bons palpites, naturalmente não pode sair por aí divulgando seus macetes, porque é só o público tomar conhecimento de algum segredo que tudo vai por água abaixo e a estratégia tem que ser mudada. Desse modo, os brasileiros (sim, isso inclui Juiz de Fora) são mantidos na inércia. É por essas e outras, que ninguém nunca permitiu que o público ganhasse qualquer jogo inventado até hoje, o que inclui o joguinho da República Brasileira.
Já disponível para Playstation3, nas melhores lojas!

caras estranhos

Cheguei à uma conclusão! E ela só veio porque eu já não estava mais com paciência nenhuma pra pensar. De qualquer forma, o que me apetece mesmo é contar a maneira como descobri o meu gosto exótico.
Saindo da faculdade, vislumbrei um macho da espécie Homo sapiens sapiens. Fiquei encantada. Fofa. Sorridente. Até virei o pescoço pra olhá-lo melhor. Mas a verdade mesmo é que ele tinha uma puta e sem vergonha cara de cu.
Eis o resultado imediato de um ser curioso de romances/fodas/frustrações: para mim, cada garoto tem o seu encanto. Um encanto único e especial e eu sinto necessidade de conhecê-los todos. De início, aferimos qual a principal qualidade fodenga dele: se é bonito, se tem as pernas bem torneadas, a quantidade de pêlos, se tem um odor agradável. Enfim, o aspecto físico.
Mas como disse, todos têm o seu borogodó e é justamente por isso que um sujeito estranho e com cara de cu me intriga tanto. Onde será que o Criador teria colocado o encanto dele? O que é que o garoto deve ter de interessante no meio de tanta merda? E, de repente, me vejo a jogar chicotinho queimado com Deus. Tá quente. Tá frio. Tá quente. Tá frio.
Pode ser um movimento original, um abdome fantástico, uma elasticidade magnífica, uma capacidade de sucção alienígena, um swing latino enlouquecedor. Sei lá, qualquer coisa de único. Claro que, normalmente, não é nada disso e a cara de cu é o traço mais marcante da espécime em questão.
Mas vocês me conhecem e sabem que eu sou uma romântica. Uma romântica do caralho que em cada cara estranho que eu possa vir a conhecer há uma promessa de perfeição única e misteriosa a se realizar.
E uma possível boca pra beijar, é claro.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

o massacre do biquíni

Sábado - 17/10:

Quando saí do bar, encontrei o Frederico do lado de fora, bêbado feito doido e com o rabo cheio de cocaína, oscilando pra frente e pra trás, por fim, não se agüentando, caiu e disparou a berrar. Um berro inacabável de 2 minutos que daria pra leite coalhar. Provavelmente ouvido lá em Manaus.
Ajudei-o a se levantar e o levei até o táxi. Abri a porta e ele caiu. De novo soltou um uivo que mais pareceu um porco sendo abatido. Estava apaixonado naquela imunda da Adriana, coitado. Por fim, consegui assentá-lo e entrei pela outra porta.
Chegando na esquina da Avenida Independência com a Avenida Rio Branco, o retardado me solta outro berro. O motorista olhava embasbacado o sujeito esgoelar. Acendi um cigarro. Não vai mais parar, pensei, vou ter que lhe dar um soco. Não sabia o que fazer. Não havia nada que eu pudesse fazer. Uma hora parou e só soluçava. Se ele abrir o berreiro de novo, vou ter que dar um soco, não agüento mais nenhum.
Larguei-o no pronto-socorro. O Frederico, os outros bêbados, os outros pobres que esguichavam sangue visceral até pelas orelhas e os tantos outros casos piores de indigência. Cada um com problemas graves, porém, diferentes. E muitos não voltariam.


*[créditos a DeeDeeKing pelos vetores usados nas imagens]

terça-feira, 2 de setembro de 2008

papo furado

Bom, o que eu posso dizer sobre política e assuntos internacionais? A Rússia com a sua mania de grandeza, a chatice do Iraque, Palestina massacrada por Israel há mais de 4 décadas, a fracassada República brasileira, a miséria que assola a África e mais 5000 republiquetas, a China Vermelha e a merda da sua abertura econômica?
Existem mocinhos e bandidos? Quem sempre diz a verdade? Quem sempre está mentindo? Bons e maus governos? Não. Existem apenas governos ruins e outros ainda piores. Haverá uma bomba nunclear que vai acabar com todo mundo de cima a baixo quando estivermos dormindo, fazendo cocô, comendo, fodendo ou lendo revista de história em quadrinhos?
A morte instantânea já não constitui nenhuma novidade, muito menos a morte instantânea em massa. Contamos com séculos de conhecimento, cultura e descobertas, as bibliotecas estão aí, sempre aumentando e apinhadas de livros.
Quadros são vendidos por milhões de dólares, a medicina já faz transplantes de qualquer órgão. Não dá pra diferenciar um louco de um são aí pelas ruas. E, de repente, quando damos conta, percebemos que as nossas vidas dependem mais uma vez de um bando de idiotas.
Portanto, se me derem licença, vou voltar pras putas, pros garanhões, pro pessimismo e pras bebidas enquanto há tempo. Se de alguma forma isso contribuir para a nossa morte, me parece ser bem menos repugnante do que as outras modalidades praticadas por aí, travestidas de Democracia, Solidariedade, Liberdade, Igualdade, Fraterninade e qualquer outra espécie de papo furado.

domingo, 31 de agosto de 2008

adaptação

Tenho sobrevivido de poucas conversas cansadas. Pra falar a verdade, quase não são conversas, no sentido em que estas não passam de palavras secas e úmidas. Vez ou outra, algum sentimento me escapa, e antes disso, são uma canção firme e nervosa. É, ainda, antes da minha voz, um lamúrio trepidante que foge por entre os lábios.
Porque gosto mesmo de falar assim pelas entre-linhas, como quem sorri chorando e vice-versa. Como num transe, perder a consciência para depois sentir chegar a dúvida sobre o que fui lá e, entre todas as coisas que eu poderia ter sido, me escolher, vasculhando as minhas mil facetas, pra cada momento.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

the bright side

A aleatoriedade da vida nos diz que às vezes se ganha e outras tantas vezes se perde. Contudo, há momentos em que os dados parecem estar viciados e que, por mais que joguemos, que arrisquemos, que tenhamos bom parceiro, bom jogo, bom instinto, tudo parece ir mal. A isso se dá o nome de azar.
O estranho é que esse azar parece andar sempre atrás de nós, como aquela merda grudada na sola do sapato, uma sombra que nos persegue, uma nuvem que vai despejando granizo em cima da alma da gente, tornando-nos uma espécie de perdedores compulsivos.
E acordar um dia com uma falsa esperança de que a sina mudou, de que o mundo nos sorri e que finalmente chegou a hora de sermos contemplados pelo Sol, para perceber depois, da pior maneira possível, que estamos destinados a ter sempre destinos desencontrados, a estarmos no lugar certo na hora errada, a caminharmos sempre num denso nevoeiro.
Eu acredito, porque sou esperançosa por natureza, que um dia tudo isso vai mudar e o Sol vai raiar pra mim. E como diria o Pedro, em raro momento de eloqüência, nós vivemos em um mundo de bilhões e algum desgraçado tem que bater comigo né!


"Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara

Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára"
[Cazuza]

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

AVISO MUITO SÉRIO (de verdade)

Para comunicar que, daqui a algum tempo, ninguém nunca mais poderá andar pelas ruas tranqüila e descansadamente (talvez nem nos passeios também)!
Pois é, meus caros... é isso que vocês estão pensando mesmo. As aulas de direção vão começar em breve!
Portanto, devo avisar a todos os transeuntes (adoro essa palavra) que, além dos meus notórios e facilmente comprováveis défices psicológicos, padeço ainda de miopia agravada, ataques esporádicos da síndrome de Tourette, dificuldade em reconhecimento de sinalizações, manifesta indiferenciação entre postes e pessoas, agressividade em estado terminal, cãimbra crônica no dedo do meio, dificuldade em respeitar limites de velocidade e tendências suicidas (principalmente na contramão).
Sendo assim, é de extremo 'bom tom' que, quando as minhas aulas práticas de direção começarem, se abstenham de freqüentar quaisquer vias rodoviárias e que se tranquem em seus quartos com uma almofada na cabeça.





Para que vocês possam ter idéia do meu brilhantismo automobilístico, eu nunca consegui passar da primeira fase do Mario Kart...

votem com consciência porra!

Porque já se esgotaram todos os argumentos, pelo menos os racionais...
Porque ninguém convence ninguém de mais nada...
Porque algumas decisões já foram tomadas há muito...
Mas sempre com moderação, sem adentrar em extremismos cansativos e demagógicos.
Porque votar não é 'deixar tudo como está', votar é uma tentativa de mudança, pra melhor, esperamos todos.
E, independentemente do que defendem, votem bem no final do ano e não deixem que decidam por vocês!


PS: E que tal alguém ter a inteligência superior de espancar violentamente aquele acéfalo que governava o tão simpático povo juizforano? Perto do Bejani, o Lula parece um menininho do coro da Igreja... há!

domingo, 10 de agosto de 2008

não entendo

E não entendo mesmo!
Talvez o problema seja apenas meu, talvez eu tenha uma até então não revelada falta de compreensão latente ou então sou eu que não consigo ver o que está bem debaixo do meu nariz, e não seria a primeira vez.
Não entendo o porquê do tudo e nada, e das mudanças e do que eu quero e do que as pessoas querem de mim. Se é que eu e o resto do mundo queremos alguma coisa ou queremos tudo ou queremos nada.
Não compreendo as distâncias, as brigas aventuais. Nem sequer sei como reagir ou lutar para acentuar ou diminuir o que me une às pessoas e me separa delas.
Não sei se as assusto, ou se elas ficam realmente chocadas com as coisas que digo, porque minhas palavras vêm do fundo do meu coração. Por que estão todos tão acostumados à merdices e falsidades? Não sei mais o que dizer, o que fazer, como agir. Sério que não sei!
Porque nem tudo tem que fazer algum sentido, mas seria tão bom que fizesse...!
Não tenho muita certeza do que se passou até agora, se sou só eu que vivencio esses momentos de angústia e decepção em relação às pessoas, se sou a única pessoa que questiona se realmente vale à pena lutar ou desistir dessa batalha e de um pouco mais de mim.
Não entendo.
Não consigo.
Talvez eu nem queira... mas há tanto desse mundo que não entendo...

sábado, 9 de agosto de 2008

minha vacuidade

Por que o caminho para a felicidade tem que ser tão sinuoso? Qual o porquê de tantos penhascos, abismos de solidão e angústia e cruzamentos de dúvidas e incertezas?
Pobre dos que sonham, mal-aventurados os que amam. É muito mais fácil viver a vida desapaixonadamente. Saber que cada segundo vale simplesmente um segundo. Saber que tudo pode ser racional e controlado. Saber que se pode conquistar amor sem amar.
É muito mais simples!
Mas é muito mais incompleto. Falta o sal, o sabor. A imprevisibilidade da paixão e o prever tantos futuros, tantos castelos na areia, tantos sonhos que se esfumam com a angústia de uma neblina matinal.
Às vezes me sinto tão cansada... e também vazia. Sinto uma vontade enorme de me apaixonar de verdade mais uma vez. Depois de tanto tempo eu questiono se ainda tenho um coração capaz de sentir.
E não, realmente não foi paixão. Foi mais um erro de cálculo. Outro erro. Não há o que lamentar, apesar de querer fazê-lo. Talvez por ter acreditado demais que podia ser algo maior e que algum dia pudesse dar certo. Tem que saber ler os sinais e nisso, como se sabe, sou analfabeta por princípio e lerda de nascença.
O cansaço pode moer, mas sei que viver sem amor é muito pior do que isso. Sem paixão o sentido da vida perde um pouco do sentido.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

hoje

O mundo de hoje parece ser igual ao de todos os outros dias. Mas não é. Simplesmente porque é hoje. Hoje não sabe quem sou, pra onde vou, pra onde quero ir. Hoje quer apenas que eu encontre o que eu realmente desejo, e agora, nesse exato momento.
Hoje caberia a mim ser feliz, não por quem eu quero ser ou por quem querem que eu seja. Hoje basta ser o que sou sem qualquer máscara e subterfúgios. Hoje me diz que não vale à pena aborrecer-me por tantas pessoas pequenas.
Hoje estaria de bom tamanho viver sorrisos, viver coisas humanas, viver sem me embrenhar em raciocínios complicados e adivinhações e frustrações. Hoje bastaria viver sem juízos, sem julgamentos.
Vejo sempre o mesmo mundo e as mesmas caras à minha volta. Mas hoje é diferente. Hoje me fez perceber que há vários mundos coloridos nesse mundo cinzento e que fazem todo o resto valer a pena.
Afinal, há tantos rostos a descobrir onde antes só existiam caras. Tenho alguma esperança, e principalmente se fizer sol amanhã, talvez as coisas voltem ao normal.
Mas o grande problema dos amanhãs é justamente esse: perdemos muito tempo com eles e com os sonhos não cumpridos e com as promessas esquecidas. Mas hoje é diferente.
Decididamente, não há dias como hoje!

sábado, 2 de agosto de 2008

jogar ou não jogar

Sempre achei que a parte mais legal do amor fosse o ‘jogo’ inicial. Os olhares cruzados. Os avanços amedrontados. Não há exigências, mas também não há desilusões. Não se pode perder o que não se conquistou.
Sempre tive muito pouco disso. Sou uma pessoa de palavras difíceis. Eu te daria um tapa na cara num dia e um abraço fraternal e sincero no outro como quem se desculpa, mas sem conseguir dizer.
Foram casos de amor e a convivência com caras babacas que me marcaram e fizeram de mim alguém às vezes tão ríspida, fechada e amarga.
Mas eu ainda tenho momentos de doçura guardados em algum lugar em mim, bem debaixo da minha carcaça controversa e estúpida.
Também não preciso me descabelar sempre pelas tortuosas circunstâncias da vida. Sou mais feliz que a maioria. Mesmo dentro da pálida felicidade que me foi dada a conhecer.
Não tenho muito do que me queixar. Ou tenho? Posso até ter minhas razões de protesto mas não preciso mencioná-las. E não quero remexer na terra gasta, quero apenas pensar no que pode brotar dela.
Porque a vida é como uma mulher na sua iminente bipolaridade. Radiante e sombria, carinhosa e puta, tudo e nada. E o amor não é diferente.
Não sei se é isso que se passa agora. Não sei o que pode sair daqui. Sei é que gosto. E sei também que ele pode ser quem eu estava esperando pra esquecer de tudo e, finalmente, me permitir jogar.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

consultório psiquiátrico

Sou paciente assídua de uma psiquiatra. Mas nunca cheguei ao ponto de me deitar num divã. Sempre começamos com aquele lero-lero de louco pra louco. Tocamos nos pontos básicos da minha síndrome do pânico, como a minha mãe (qual mãe não deixa a gente em pânico?), como a minha faculdade (faculdade dá pânico, sim) e como os namoricos fracassados (é sempre um panicozinho).
A vista de lá é bem bonita, vê-se todo o centro da cidade, e mesmo de dia, gosto de bisbilhotar as varandas alheias pela janela da Doutora. Ela faz explanações sobre meus pequenos problemas, pergunta sobre minha relação com sei lá mais quem, às vezes eu resmungo uns sins e nãos e até o evasivo hum-hum. Não consigo me concentrar. A vista é realmente bacana. À aquela altura minha síndrome do pânico tinha ido pro inferno.
Eu não ligo muito pro meu pânico, pra ele eu tenho remédios e até uma psiquiatra que me faz sentir menos maluca. Eu gostaria que ela explicasse a culpa que sinto. Por que culpa? No princípio era o verbo e eu achava que só eu me sentia culpada. Com o passar do tempo fui descobrindo que todo mundo tem culpa. Não no cartório. Mas na consciência.
Vou tentar explicar: todo mundo acha que eu não faço nada o dia inteiro. Fico só pensando. É verdade. O problema é que ninguém considera o trabalho de pensar como ofício. Daí vem a minha culpa.
Toda vez que coloco um texto aqui, logo me vem a cabeça: o povo vai pensar que eu escrevi isso aqui na maior moleza do mundo. Que eu sou uma vagabunda. E eu, realmente, fico achando que sou.
Às vezes, pra aliviar esse meu sofrimento, eu penso no Romário, que trabalha umas 10 horas por mês e ganha 100 mil dólares. Será que ele tem culpa? O Chico Buraque fica anos sem trabalhar, jogando futebol, será que quando ele acorda ele sente culpa? E o Erasmo Carlos então? Será que ele tem uma big culpa?
Foram uns 4 anos de culpa pra eu conseguir escrever isso. E não adiantou nada. Continuo com a culpa. Acho que vou morrer, relativamente, cheia de culpas.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

may god be with me

Já faz um bom tempo que eu e Deus mantemos uma discreta relação de indiferença. Ele falhou comigo. Eu falhei com ele. Pra falar a verdade, nós somos dois leões em uma jaula muito, mas muito pequena.
Ouvir o meu coração não vai tirar o travo azedo de tudo o que se tem passado comigo, porque me vi remetida sempre ao segundo plano dele. Mas sei, também, que remoer a dor da vida ou o seu descaso não vai me fazer feliz nunca.
O que me tem custado mais é ver que tudo no que eu acreditava está a escorrer por entre os meus dedos, sentir que a minha fé é ignorada e começar a acreditar que, muito provavelmente, é algo vão que não passa de uma histeria coletiva.
Sinto-me enganada por esse Deus. Feita de otária, como tantas outras vezes, mas aqui é diferente, é pior e, sobretudo, muito mais doloroso, principalmente porque me parece que foi proposital, um castigo premeditado pelas minhas dúvidas.
Não sei se fui enganada esse tempo todo ou se, simplesmente, sou eu que tenho enganado a mim mesma. Talvez eu nem tenha esse direito, mas como me sinto!
Enquanto não entender o que sinto em mim, não vou ser capaz de sentir nada por ninguém. Tenho que me acalmar pra fazer minhas escolhas com a serenidade da certeza, especialmente porque não sei a profundidade da água e não tenho certeza se ainda me lembro como se nada...

segunda-feira, 21 de julho de 2008

astolfo e eu

O Astolfo até que era legal, mas tudo bem que tivéssemos os nossos problemas. Problemas sempre relacionados à nossa relação obsessiva, como que sofrêssemos de uma dependência crônica de cachorrada e auto-destruição. Nós amávamos nos odiar.
Naquele dia íamos de vodca. E quando eu ficava de porre, desandava a falar absurdos sórdidos e inconcebíveis a respeito dele, naquele típico tom de voz: áspero e vulgar. Sibilando os 's', absurdamente irritante.
Já teve dia de eu me pôr a berrar tudo quanto é maluquice e tê-lo ali estático, como se ele fosse um transeunte ouvindo a briga de um casal qualquer. A lembrança que tenho desse dia, é dele alheio à realidade, aturando aquela monstruosidade apenas porque tinha mesmo que estar.
Eu não parava mais. Matraqueando e remexendo naquela merda mental. O seu silêncio era suave e sufocante, como folhas de árvores num inverno desgraçado e impiedoso. Dizia que iria acabar com tudo porque eu não agüentava mais os seus desaforos, quando, na verdade, eu morria de medo de perdê-lo.
Quase sempre discutíamos depois de beber bastante, e bota bastante nisso. Ele vivia alegando que eu me comportava com uma mesquinhez insuportável nesses momentos, mas sempre achei que a mesquinhez fosse dele. Seja lá como for, quando a discussão se levantava não havia quem suportasse ficar por perto.
Aí então, depois da explosão, em um lapso de sobriedade, a gente voltava a se amar. Nos beijávamos com uma paixão assombrosa. Chegava quase a dar pena. Eu disse quase. Fazíamos isso com a mesma naturalidade com que respirávamos. Como se fosse nada.
Embora aos olhos alheios fosse a mesma porcaria de sempre, nós nunca nos comportávamos como na briga anterior, o que contribuía pra que mantivéssemos algum interesse um pelo outro e caíssemos numa próxima armadilha.
Havia tempo que brincávamos com a morte. Mas não nos sentíamos assim. Naquela época poderíamos até morrer de fome. Ou de amor. E isso tinha tudo a ver com o que existia entre mim e ele: loucura. Talvez fosse por isso que a gente sofria privações lado a lado, bebia, brigava e ainda assim continuávamos juntos. Não é de se dizer que fomos grandes cúmplices, mas nos conhecíamos muito bem.
Pensando bem, aquele romance não passou de uma espécie de palavrão. E a dor, pra mim, não passava de uma espécie de azar: fingia que não notava. Simplesmente, derramava vodca em cima dela e continuava vivendo.
O problema é que a nossa vida consistia em ficarmos chapados de qualquer coisa que tivéssemos à mão. Mas eu ainda acho que a grande culpada daquilo tudo foi a vodca, devíamos ter continuado só na cerveja.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

gosto

Sou nas palavras de um amigo, uma "eterna romântica incorrigível"... mas não só no amor, na vida. Gosto de me deixar levar pra onde as ondas do destino me levem, gosto de me divertir demais e de me preocupar de menos, gosto dos meus amigos, meus poucos amigos, e gosto de todas aquelas pessoas que me fazem sentir bem.
Gosto de abraços, e mais ainda de beijos. Gosto de gostar, e ainda mais de amar, embora não pareça. Gosto muito de fazer todas as coisas estúpidas apenas porque sim. Gosto de me entregar sem quês nem porquês. Gosto de ser irracional.
Gosto de ter idéias e de ter a coragem para colocá-las em prática. Gosto de ser boa, mas sem fazer questão de ser 'a melhor'. Gosto de fugir desse mundo e ir pro meu recanto e ter com aqueles que me conhecem melhor do que ninguém e não pensar em absolutamente nada! Gosto de sorrir e de fazer sorrir e de sentir que todos à minha volta estão bem.
Gosto de escrever porque me ajuda a desabafar, mas gosto mais de uma boa conversa. Gosto de estar entre amigos e daquela confiança em que não há tabus, assuntos proibidos ou momentos constrangedores. Gosto de irritá-los mas gosto mais ainda deles.
Gosto de ser teimosa, principalmente porque isso me dá a certeza de nunca desistir das coisas em que acredito ou trair meus princípios. Gosto de sonhar porque me dá forças pra acreditar em coisas melhores.
E, mais que tudo, acima de tudo, gostaria de ser feliz... ou pelo menos de tentar sê-lo.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

fossa

Não entendo porque a chuva insiste em cair quando eu só quero que faça sol. É aquela nuvem, sempre aquela mesma nuvem irritante que tapa os meus sonhos e as minhas ambições.
A minha alma é retalhada, que vive de esperanças que sempre morrem de pé e nunca se concretizam. É tudo isso que calmamente me consome, me destrói. E me faz renascer a cada dia diferente. Mais amarga.
Eu.
O mundo.
A dúvida.
O tudo e o nada.
A puta da vida.
Sigo perdendo tempo, minutos e vidas já absurdamente perdidas. E dói. Dói não saber o quê fazer, curiosamente sabendo muito bem. Procuro esquecer o que já está em mim mutilando um pouco mais do que sou.
E tentar seguir. E não conseguir. E esperar mais um pouco. E sentir doer um pouco mais. Recuperar a fé para perdê-la novamente. E chorar, porque lava a alma. E sonhar porque faz falta. E saber que eu preciso de um futuro que não consigo imaginar...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

that's life

E mais um dia cinzento para um coração mais cinzento ainda. E já não encontro mais motivos pra chorar, porque o mundo ainda não colocou todas as suas garras de fora. Tudo o que eu tenho visto, tudo que tem me feito sofrer, foram só uma prévia do que a vida pode e vai fazer.
Realmente, eu sempre dificultei tudo pra mim mesma. Isso não é nenhuma novidade. Mas as coisas não podem ser tão ruins quanto parecem. As coisas não deveriam ser tão ruins quanto parecem. Talvez se eu não tivesse procurado por isso, mas eu era inocente e, sem perceber, cavei a minha própria cova no Exílio. Porque não nasci pra suprir expectativas, eu era nova demais e só queria viver a minha vida, e claro, sem nenhum filho-da-puta pra atrapalhar.
Eis a confissão dos meus erros. Eu procurei sarna pra me coçar. Fui reles. Fui vil. E Eu cavei. Procurei um pouco mais. E menti além da conta. Cavei mais um pouco. E eu quis. E também sofri. O que me restou como lembrança daquela garotinha problématica foi só uma enorme ferida aberta.
Algumas pessoas são privilegiadas, elas têm o dom de serem aceitas, outras, como eu, são milhares de vidas vazias com destino ao sonho inútil, à esperança sem vestígio, que ficam a contemplar toda a beleza que não há nessa ausência de vida.
Ei, o mundo não deveria ter sido menos amargo? Mesmo que eu faça o fácil ficar complicado e sinta muita pena de mim mesma pelo fato de a vida ter cagado na minha cabeça. É. O mundo poderia ter sido menos cruel. Menos vingativo. Menos... argh!
Teria sido muito mais fácil se eu tivesse feito como todo mundo faz. Eu poderia ter seguido esse caminho de resignação há muito tempo atrás. Tive todas as chances para me comportar como uma vadia travestida de pessoa decente, amiga e sensível. Vivendo numa bolha, dizendo sempre "Amém" pra qualquer bobagem e escravizando a alma. De fato, teria sido muito mais fácil se eu tivesse me tornado o que todo mundo é.
Talvez seja por essa discrepância - por ter muitos princípios e pouca moral -, que eu me sinta tão sem-par no mundo. Talvez seja por isso que eu não pertença a nada. Não me apegue à coisa alguma.
Simplesmente, me é absurda essa obrigação de ter que manter as aparências. E ainda assim, eu tenho sacrificado a minha consciência só para me manter socialmente engajada, mesmo que isso signifique o fardo ficar ainda mais pesado.
O meu choro é calado e incessante e não, essa merda não vai aliviar. Não me restam muitas opções. Ou me dou como vencida. Ou continuo cavando porque não achei o fundo do poço tão fundo assim.
Essa é a porra da vida. E o que ela vai te fazer.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

das ilusões

Nunca gostei de desistir. Talvez por teimosia ou por ser estúpida demais pra dar minha cara à tapas e não me dar conta de que as ilusões todas caíram por terra. E são elas, em geral, que nos fazem sofrer, as expectativas que criamos, muita das vezes sem uma justificativa racional, os sonhos que pintamos, as etapas que se queimam, os passos que de tão apressados nos fazem tropeçar...
Quando tudo isso acaba é difícil de aceitar. Aí vem a desilusão. A merda de tudo isso, é saber que estamos, especialmente, desiludidos conoscos mesmos. Por termos acreditado naquilo que juramos não acreditar, por termos tomado decisões opostas ao que o nosso coração queria.
É um ciclo vicioso de promesses feitas e quebradas. Porque tudo é mais fácil quando não se espera nada, tudo o que vem é bônus, tudo que entra é lucro. Mas fazem parte da natureza humana os sonhos e as ilusões, os desejos e a confiança. Pior que desiludir-se é não ser mais capaz de sonhar. É o sinal extremo de um desencanto com a vida que eu não quero de modo algum.
Mas há momentos em que me sinto cansada. Extenuada de nadar contra a correnteza, de enfrentar mundos e fundos para um pouco mais que nada. Sou exigente, sempre o fui. E quando quero as coisas não quero pela metade. Quero tudo! E se possível, agora! Também não gosto de ser usada, muito menos que brinquem comigo e me façam de idiota. Não gosto de ser descartável, de ser aquela que está ali quando querem que eu esteja, para depois, eu me tornar menos que porra nenhuma.
Mas ainda assim eu hei de continuar a iludir-me. E a desiludir-me com tantas outras coisas mais, outras tantas vezes. E tentar sempre reinventar a esperança que me faz fênix e que me permite ir encontrar a próxima ilusão.

psiconeurose

Ontem, sentada bem aqui nessa minha cadeirinha, sob a luz do monitor iluminando soturna e lateralmente meu corpo, com minhas mãos alvas sustentando meu rosto cansado, olhei através da janela levemente empoeirada e vi que à noite quase todos haviam desfalecido, exceto eu e alguns gatos pingados, atormentada por mais uma crise de insônia que me impediu de dormir por algumas noites consecutivas.
Todos haviam entregado-se ao estado latente, a fim de percorrer os caminhos tortuosos dos sonhos, submergidos em esperanças secretas concretizadas no patamar sublime dos devaneios. Pude ouvir minha respiração docemente branda atenuando a morbidez do silêncio, até apreciei o gosto fúnebre das horas, que corriam em passadas grosseiras, que passavam e não passavam - e passavam e repassavam - construindo um novo futuro que ainda era presente. Futuro do que na verdade ainda é...
Ora! futuro é dia após o outro, eu vejo o futuro do que passou ao despertar, sob a luz da alvorada mansa. Se pouco durmo percebo poucos futuros. Vivencio futuros com menos freqüência do que os demais?

Talvez seja a cafeína em demasia a culpada - a única culpada nessa história.

Futuros que pouco vejo, futuros presentes, futuros pretéritos, futuros futuros. Participo pouco dos futuros por dormir pouco. E deveria ser o oposto, minhas participações nos futuros são ainda maiores do que quando me liberto da vida consciente de quando se está desperto. E então me ocorre: quando não durmo não vejo futuros ou só os vejo durante a insípida madrugada?
Talvez seja eu quem viva em estado latente. Ou não. E então me dizem que ¨é
tudo uma questão de ponto de vista¨. Uma ova! Se não vejo futuros como poderia ter quaisquer pontos de vista sobre eu ter meios-futuros? Pois quero futuros completos! Devia-se vender futuros. Talvez em envelopes de figurinhas, onde vez ou outra se encontra alguma especial. Talvez eu até os encontre em fascículos semanais - nove e noventa está de bom tamanho, não menos para valorizar, afinal, estamos tratando de futuros...! Ou quem sabe em uma loja de departamentos? Um financiamento em parcelas suaves - e sem juros. Mas ainda assim seriam meios-futuros...
Porra! Estou-me nas tintas com essas metades! Esses meios-termos, essas meias-verdades, as meias-horas, meus meios-amigos, minhas meias-paixões e as bostas dos meus meios-futuros. Gostaria de saber onde posso encontrá-los inteiros...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

uma singela homenagem a um atleticano velho e viado

C o X a diz:
Pq diabos vc fez uma compra na Arpel?
sarah - tô não diz:
pq o dinheiro é meu e eu compro aonde eu quiser!
sarah - tô não diz:
:)
C o X a diz:
Você faz parte da ridícula sociedade medíocre com cérebro de ervilha? A pensar, PELO MENOS, pelos relatos em seu blog, não imagino isso.
sarah - tô não diz:
pois é
sarah - tô não diz:
sou uma farsa.
C o X a diz:
¬¬
C o X a diz:
OK, não quer conversar
C o X a diz:
mas não acredito em você.
C o X a diz:
e vou dormir.
C o X a diz:
Continue com suas sardas na cara uahuaa
sarah - tô não diz:
auhuhauha
sarah - tô não diz:
coxa
sarah - tô não diz:
eu não tenho sardas
C o X a diz:
Vc tem lindas pintinhans faciais que insiste em deserdá-las por frescura e idiotice de autoavaliação física mal feita.
sarah - tô não diz:
eu sou feia coxa. as minhas pintinhas são feias tbm.
C o X a diz:
Não acho você feia.
E vamos falar somente das pintinhas, para não virar algo como que "charminho" e "cantadas"
C o X a diz:
Não há nada de errado com suas pintinhas faciais, ok?
sarah - tô não diz:
vai tomar no cu
sarah - tô não diz:
e eu sou mulher de fazer 'charminho'?
sarah - tô não diz:
ainda não achei o manual do acasalamento pra vender
C o X a diz:
Não sou o Coxa de anos atrás, eu fiquei velho, converse comigo como um ser velho e quase delicado (uui auhauha)
sarah - tô não diz:
quase homoafetivo
C o X a diz:
Apenas velho
C o X a diz:
aposentado de quase todas as funções.
C o X a diz:
e menos agressivo em tratamentos e palavras.
C o X a diz:
Sereno e calmo.
(Ok, exagerei)
C o X a diz:
vá ver seu filme, com suas SARDAS na cara e sua bunda branca mal comida, pois, para ser bem comida, deveria comprar o tal manual iashdisa.
sarah - tô não diz:
ahuahu obrigada pelos conselhos
C o X a diz:
Não agradeça, não os seguirá, como nenhum mais útil que já te dei ou daria. Continuará fazendo as mesmas idiotices até não sei quando ...
sarah - tô não diz:
ahuahua
sarah - tô não diz:
eu realmente sou previsível...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

para os descrentes das coisinhas simples

Disseram-me há muito que o dia torna-se mais longo quando acordamos cedo, isso é certo e não conheci ninguém capaz de contra-argumentar. Pois eu levantei cedo da cama, não o suficientemente cedo para ver o nascer do sol, mas quando liguei a televisão ainda passava uma aula do Telecurso. Um ator que, desgraçadamente, não consegui identificá-lo, resmungava uma bobagem qualquer sobre mecânica, dizia algo sobre brocas e toda essa parafernália que nunca me chamou tanta atenção.
Larguei os rabiscos que eu esboçara a noite toda e peguei um livro de crônicas do velho Braga, abrindo-o aleatoriamente numa página e lá estava “la verando estas vera jardeno, plena de floroi”. Nunca estudei esperanto, mas presumi que a varanda ou o verão estivesse com muitas flores no jardim. De qualquer forma, era ainda uma boa notícia e soou mais feliz do que se ele tivesse escrito que a varanda estiva cheia de orangotangos verde-fluorescentes.
Recomeçando do princípio - dia longo, esperanto etc -, complementarei a tese reproduzindo o complemento já argumentado por alguém, igualmente esquecido pelo tempo, florindo com floroi, seja lá o que isso signifique. Logo relacionei a frase estapafúrdia àquela manhã exuberante que gritava ao lado de fora da minha janela pela minha contemplação. Abri-a. A claridade gostosa foi invadindo meu quarto sem pedir licença, porque ela já sabia que era bem vinda.
Puta merda! O cheiro da manhã transmite uma condescendência única. Aspirar e inspirar purifica, nos redime enquanto seres humanos ingratos que somos, a sua cor aguça todos aqueles sentidos que esquecemos que temos durante o dia, porque arrumamos complicações diárias demais, corremos de um lado para o outro assumindo a condição de transeuntes vulgares, esquecemo-nos que a vida vai além desse caoticismo inóspito.
Nossos sentidos são falhos e se restringem ao que nosso cotidiano medíocre impele, coagidos por toda essa obrigação que nos move durante a vida. Ver o céu ainda límpido aquela manhã me fez convalescer, integrou meu corpo e meu espírito de forma intensa, ao menos durante o decorrer daquele dia.
Eu digo. Aproveitem esses momentos sugando tudo o quê eles possam oferecer, deixando-os que, paralelamente, suguem todo o seu esforço em troca do cansaço sublime que conforta a consciência. É o que eu sempre venerei. Muito embora, nunca tenha conseguido colocar esse hábito em prática plenamente.
Tenho acordado antes mesmo de o despertador dar seu chilique matinal, acordo mesmo sem ter dormido. Tomo um banho. Sirvo uma xícara de café preto bem forte para despertar-me de fato, logo meus dedos buscam meu maço de cigarros amassados, feito o de um bêbado. Regurgito ar após a primeira tragada, como de costume, e fito a manhã como se fosse a primeira e última vez, completamente lúcida. Lúcida como se estivesse para morrer.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

não sou nada

Um dia desses um sujeitinho péssimo me disse que eu era intelectual. Meu Deus, que absurdo! Ofendi-me. Eu não sou. E não é por modéstia. Não sou porque um intelectual usa, sobretudo, a inteligência. O que eu não faço de modo algum. Sou impulsiva. Sinto e ajo quase que instantaneamente.
O intelectual também tem cultura. E eu assumo: sou pobre de cultura. Não li grandes clássicos literários. Pra falar a verdade, eu já não leio praticamente nada. Sou uma péssima leitora, apesar da vasta biblioteca que eu mantenho no meu quarto, na esperança de que, algum dia, eu me torne menos relapsa em relação ao meu conteúdo literário.
À parte isso, tenho um coração capaz de sentir o abstrato e que, vez ou outra, me motiva a vir aqui desabafar. O que não faz de mim uma escritora, é claro. Também estou matriculada no curso de Engenharia de Telecomunicações, não me esforço nem um pouco. Tenho preguiça, como diria meu amigo Pessoa, "ter profissão pesa aos ombros como um fardo pago".
Então o que eu sou?
Eu não sou nada a não ser resquícios. Eu não poderia querer ser alguma coisa, não tenho essa pretensão. Tudo o que trago comigo, a bagagem da minha vida, são os fragmentos soltos, às vezes sujos, sempre desconexos e fedidos. São os resquícios do que não sobrou, ainda que tenha existido.
Perco-me em mim mesma tentando me achar. Talvez com muito medo de me achar, porque guardo à sete chaves, um lado infantil que não quer amadurecer nunca, com receio de perder os prazeres bobos e simples da vida.
Eu não poderia querer ser nada a não ser resquícios. Um misto de ilusões patéticas e, obviamente, inatingíveis, aliadas aos meus desgostos, decepções e as pouquíssimas alegrias que tive.
Eu sigo sozinha. Buscando, achando, perdendo e rejuntando com encaixes os meus cacos, como já me acostumei. E não reclamo. Eu gosto de ser assim. E eu só poderia ser assim: meio estranha, meio só, meio nada. Um palhacinho triste.

sábado, 5 de abril de 2008

surtay!

Ontem, a raiva e a frustração que eu senti me foram tantas que tive um colapso nervoso. Joguei as cadeiras da mesa da cozinha pra todos os cantos e tive que me controlar absurdamente pra não quebrar o resto da casa.
E agora sentada aqui na minha cadeirinha, fico me lembrando de como eu me senti relaxada, aliviada e calma após o episódio. É. Eu devo curtir uma selvageria.
Tudo bem. Cadê o Olcadil, o Rivotril, o Absinto e o Lexotan?
Essa noite eu estava surtada e, graças a Deus!, sozinha. Eu não quero nem ver no dia em que me encherem a paciência de vez. Eu jogo cadeira nos outros lá na faculdade mesmo.
Eu virei uma panela de pressão ambulante.
Eu já não sei mais dizer até que ponto vai o descaso das pessoas. Ou a falsidade. Ou a dissimulação. Ou todas essas bostas juntas.
Só sei que eu cansada de distribuir sorrisinhos socialmente engajados por aí.
Você cumprimenta o cara que, provavelmente, vai comer sua namorada. Você cumprimenta a garota que, certamente, vai dar pro seu namorado. Você cumprimenta todos os dias, todo o tempo, aqueles filhos de putas que, obviamente, irão te apunhalar pelas costas.
Mas você é sociável. Você é educado. Você tem alguma classe. Tem até um pouco de cultura. Sabe comer com garfo e faca e consegue limpar a própria bunda. Você tem um círculo social abrangente. Pode até se sentir infeliz como eu, mas está sempre por perto. Sempre disposto. Sempre alegre. Sempre altivo. Você está sempre "sempre".
Você olha os imbecis à sua volta, sorri amigavelmente pra todos e se lembra que não tomou seu comprimidinho de lítio pela manhã.
Ai, que neurose!

domingo, 23 de março de 2008

enfiando o pé na jaca

Todo santo dia é a mesma coisa. Mal chego na faculdade e já pronta pra mais uma bebedeira. A agitação começa antes do final das últimas aulas. Todo dia é dia, é só chamar que eu vou.
Recrutamos o contingente com uma habilidade de persuasão indescritível. E quando eu me dei conta da situação, já havia até negociado o preço da breja com o dono do estabelecimento. "Poxa André, universitário é fodido". Papinho de cachaceiro.
Mas eu continuava ali sentada. Dividindo as cervejas com mais umas 7 pessoas. Um absurdo! Queria tudo pra mim. E a cada vez que eu piscava, notava o engradado cada vez mais cheio.
Tudo muito barulhento. Milhões de assuntos. Milhões de risadas. E ainda tinha a música, Cássia Eller e a merda do seu segundo sol, que tocava baixinho.
Entrei em uma espécie de torpor. Parecia que eu sonhava. Que coisa boa é ficar sozinha. Mas eu não estava propriamente só. Todos os meus colegas estavam ali. Fiquei profundamente incomodada. Então levantei. Cocei minha barriga cheia de cerveja e saí pra urinar.
O banheiro é o melhor refúgio pra quem enche a cara e tem trocentos problemas atravessados na goela. É lá que vem o milagroso lapso de lucidez, e rola de voltar sem aquela necessidade insana de cuspir todas as cagadas da vida nos outros.
E toda vez que eu ia ao banheiro me ocorria uma idéia mais ridícula do que a outra e eu falava sozinha, como se eu tivesse que provar pra todo mundo que eu não sou 70% das coisas que todo mundo fala por aí.
Dei lições de moral pro meu alter-ego. Mas que moral, meu Deus do céu? Quem me dera ter alguma moral. Eu já fui moralista. E o mais engraçado, eu até já tive a porra da moral. Até que um belo dia ela saiu pra comprar cigarros e nunca mais voltou.
São nesses momentos, reforçados pela minha persistência nesse meu comportamento de aspirante à alcoólatra, que eu me decido cada vez mais inescrupulosa.
Pra ser sincera, se não fossem certas convenções sociais, à aquela altura eu já estaria com a garrafa na boca, bebendo feito louca. Eu pediria um Whisky cowboy. Tomaria 3 doses. Seguidas de uma Cuba. E no auge da embriaguez, chamaria a moçada pra um vira-vira só pra cantar um brinde russo que eu aprendi com um conhecido amplamente entorpecido em um acampamento há alguns anos.
Eu me conheço bem. Não tenho auto-controle. Não tenho educação. Principalmente pra bebida. Tem álcool esguichando até pela orelha e eu ainda insisto em "só mais um golinho". E nesse só mais um golinho vão mais 4 garrafas. A palavrinha "casa" desaparece do meu vocabulário. E eu não quero ir embora nunca mais.
Eu lembro que já não tenho muito o que perder. Que a minha reputação tá no lixo há milênios. Que metade da cidade me odeia e a outra metade, provavelmente, pensa que eu sou retardada. Que meus pais são dois ogros. Que eu não sei bem o que eu quero da minha vida. Fui outra vez ao banheiro. E dá-lhe que discursa sozinha!
Voltei e tomei mais cerveja. Olhava a minha volta e via gente de papel, gente de vidro. Puta merda! Tava mesmo bêbada. Contive-me apenas à cerveja. Bebi mais um pouco. E depois mais.
De repente a porta abriu de supetão. Assustei. Mais com o sol forte na minha cara do que com a porta escancarada. Já era dia e a minha mãe me olhava com desgosto.

terça-feira, 11 de março de 2008

feminismo de cu é rola

Hoje eu tô tão cansada que não estou nem um pouco a fim de ter que sair de casa com esse puta sol na cabeça pra ir a faculdade. Quero ficar em casa ouvindo minhas músicas, cantando até. Tudo menos ter que sair, engatar uma primeira e botar o cérebro pra funcionar.
Eu fico pensando, a vida das nossas avós era uma maravilha. Elas passavam o dia bordando, trocando receitas com as amigas, segredos de remédios e temperos, iam a saraus e óperas, liam os bons livros das bibliotecas e dos maridos, criavam e educavam as crianças. Enfim, a vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária.
Até que uma fulaninha, que não gostava de sutiã e muito menos de espartilho, teve a infeliz idéia de "vamos conquistar nosso espaço?".
Porra, mas que espaço minha filha? Vocês já tinham a casa toda, o bairro todo, vocês tinham o mundo aos seus pés! Detinham poder absoluto sobre todos. Os homens dependiam de vocês pra fazer qualquer coisa, pra comer, pra vestir, pra exibir pros amigos, mas que merda de direitos requerer?
Agora eles estão aí, todos confusos. Já não sabem que papéis desempenhar na sociedade. E o pior, fogem de nós como o diabo foge da cruz! Essa palhaçada só gerou confusão e nos condenou à solteirice aguda.
Tava na cara que essa brincadeirinha não ia funcionar! Queria saber quem foi a matriz das feministas inconseqüentes e porque ela fez isso conosco que nascemos depois dela.
Não agüento mais ter que me submeter ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratante, escolher que roupa vestir, que sapatos e acessórios usar, ou qual perfume combina com meu humor. Ter que sair desesperada rua afora pra não me atrasar, correndo o risco de ser atropelada, assaltada e passar o dia corcunda na frente do computador ou resolvendo 500 exercícios lá da Engenharia.
É tudo culpa dessas malditas feministas de merda!
Somos cobradas por nós mesmas pra estar sempre em forma(leia-se anoréxica), linda, sorridente, sem estrias, depilada, cheirosa, com unhas feitas, sem falar nos currículos pra lá de dramáticos, repletos de mestrados, doutorados, pós-doutorados e especializações.
PUTA QUE PARIU!
Não era muito melhor ter ficado na cadeira de balanço fazendo tricô ?

segunda-feira, 10 de março de 2008

um rivotril, por favor

Faz uns 3 meses que eu já não quero absolutamente nada. Não tenho vontades, como se eu mesma não fosse da minha conta. Perdi o sonho. O desejo. O apetite (é óbvio que isso não é verdade... mas fica a idéia).
E depois de tanto tempo de férias, os últimos dias agora me parecem como se tivessem vindo de um universo paralelo. O mundo está estranho, as pessoas estão diferentes. São faces sem rostos no meio da multidão.
Até a brisa parece trazer um ventinho diferente, mais pesado, mais solitário... tudo está diferente e, principalmente... EU.
Estou deprimida? Tudo bem, me desleixei por completo durante esses 3 meses que se arrastaram penosamente, devo ter engordado uns 10kg sem sequer mudar a minha alimentação e bem... isso pode ser um sintoma.
Mas não sou capaz de me deprimir, aliás, sempre enfrentei todas as adversidades de frente sem reclamar tanto pelos cantos pra toda gente. O passado é passado e a vida tem que ser vivida sem remorsos... ou pelo menos, era assim que eu costumava pensar.
Não, não estou deprimida, já disse que não sou de me deprimir. Devo estar, antes de mais nada, farta. Farta da rotina e de ver sempre as mesmas caras, farta de situações e emoções simultâneas e passageiras.
Tenho saudades da espontaneidade, da criatividade, do maravilhar-se com qualquer bobeira, feito criança mesmo.
Se calhar, tenho saudade de ser eu. Verdadeiramente, sem máscaras nem moldes, sem adaptações ou subterfúgios...
Onde estou? Ou melhor, onde me perdi? Ou ainda melhor, onde perdi a minha faísca? Até ia à minha procura, mas não é da minha conta mesmo...