segunda-feira, 12 de outubro de 2009

troco meu cérebro por um coração

Talvez o maior problema da minha vida não seja saber o que eu quero ou não, se desisto ou arrisco, se perco ou ganho. Mas talvez seja, sim, a importância exacerbada que dou à todas essas questões.
Pensar é preciso, não pensar é suicídio. Abrir minha mente e aceitar tudo o que chega não pode ser saudável nem correto, mas pensar demais é nocivo. Enfim, serei concisa: racionalizar.
Não compreendo essa minha permanente e persistente vontade de desejar que tudo tenha uma explicação, um significado. De ter que pensar e analisar tudo o que faço, tudo o que me fazem, tudo o que sinto ou deixo de sentir. O cérebro não se pode sobrepor ao coração.
Talvez seja esse meu maior erro, entre tantos outros que estraçalham meu peito diariamente. Tenho que me libertar das amarras da razão que me prendem a um universo sem cores e sem sabor e que, desgraçadamente, tira meu apetite pela vida. Apenas dessa maneira poderei sentir a empiricidade de cada momento, acreditando na sua unicidade.
Preciso seguir as pegadas que aquela voz dentro de mim me diz pra seguir, independentemente do que o mundo, as regras e as pessoas pequenas dizem ser certo ou errado. E assim, quiçá, eu encontre as respostas que procuro...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

um grande abraço de 2 metros com bigode

Viera de longe com uma mala recheada de boas intenções na mão. Trazia no olhar aquela tranquilidade que lhe era própria, misturada com a estranheza da vida polvilhada por um ar de espanto quase inocente. As palavras que saíam da sua boca eram acordes de uma melodia que me era bastante familiar.
Demorou alguns anos para chegar, mas não tardou a ocasião. Também não se fez ladrão, nem criou confusão. Apenas veio. Sincero, sem merdas e, sobretudo, franco de amizade. Soube a pouco o tempo e a partilha.
A geografia da vida não permitiu outros tantos, mas criou linhas. Linhas de respeito e admiração, linhas de orgulho e até algumas de pequenas mágoas, que se desfizeram sem que se notasse. O comboio do regresso levou a mala menos cheia de confusões, mas carregada de momentos. Foram intensos. Na estação, ficou a saudade.
Obrigada por ter vindo!