segunda-feira, 17 de agosto de 2009

tanto tempo já se passou...

...e eu nem me dei conta disso. Muitas coisas mudaram e tantas coisas ficaram na mesma. Não, fui eu que mudei, já não sou a mesma Sarah de outros anos. Muita água correu por debaixo da ponte escangalhada da minha vida, muitas coisas e pessoas passaram e muitas ficaram por passar. Erros repetidos, erros aprendidos, aventuras falhas e uma amarga centena de oportunidades desperdiçadas, juntamente com outros projetos que não foram bem sucedidos e que reforçaram o sumiço gradual e impiedoso da paixão inicial que eu nutria.
Tanto tempo já se passou e não sei dizer se sou uma pessoa melhor do que a de outros anos, talvez esteja um pouco mais pessimista, muito embora, eu ainda adore estar viva, isso não há como negar, mas da maneira que tem sido recorrente, eu diria que é uma paixão não correspondida, ou então sou eu que ando tendo dias bastante maus.
Curiosamente, mudei tanto, mudaram-me tanto e, ainda assim, a minha vida continua a mesma sucata de uns 6 anos atrás. Mas não deixarei de sorrir - nem quero! -, meu sorriso tem sido minha única arma contra o derradeiro fracasso, meu sorriso tem sido a mola que me impulsiona pra frente, mesmo quando tudo quer dar para trás. Porque apesar de as coisas todas parecerem conjuradas para correr mal, quando Deus despeja sua fúria sobre mim e as forças do destino conspiram para que eu seja desfavorecida, o sorriso me faz estar mais perto daquilo que realmente tem importância: a possibilidade de um dia ser feliz.
E quem pensa que é essa alegria babaca e exagerada que eu quero, está amplamente enganado. A felicidade despropositada transforma as ações sublimes em gestos afetados e ridículos, dilui o sentido das emoções, deixando-as sem consistência. E eu não estou disposta a perder a premissa da honestidade, que é o pilar que sustenta os meus sentimentos...

Um comentário:

nucci disse...

po, se voce vive tal como escreve, profundidade e honestidade não devem estar faltando. torço então pra que venham escritas mais leves, lúdicas (acho que isso tambem me falta).. 'a escrita e a vida'.. não só a vida que influencia o que a pessoa escreve. o contrário também acontece, é um diálogo. e é aí que a coisa fica interessante, quando não nos enxergamos como meros espectadores sortudos ou infelizes

concordo plenamente com o rigor, felicidade no estilo 'micareteiro' não é viável