quarta-feira, 16 de junho de 2010

violência doméstica

Um amigo querido contou-me por estes dias que tem andado a se masturbar usando um calendário de uma campanha contra a violência doméstica. Disse-me que há modelos posando em "nu artístico". Chama-se "nu artístico" porque, segundo ele, depois de as ver, fica com uma estupenda ânsia criadora.
No entanto, parece-me contraproducente pôr mulheres daquelas para fazer tal campanha, quando são, precisamente, mulheres daquelas que estão na gênese da violência doméstica. Explico. Um sujeito chega em casa, olha para o trambolho que lá tem, compara com o bendito calendário e já lhe ocorre meter porrada na mulher. Daí surge a democratização da violência: primeiro espanca a esposa, depois espanca o... enfim.
Se querem minha opinião - e eu sei que sim -, o fato de um homem e uma mulher partilharem a mesma casa configura, imediatamente, um caso peculiar de violência doméstica. Por quê? Porque haverá alturas em que, embora estejam debaixo do mesmo teto, não estarão embrenhados maliciosamente no edredom, tampouco executando atividades relacionadas. O que significa que, muitas vezes, ambos ficarão animados pra nada. Isto, pra mim, também é violento.

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