terça-feira, 14 de setembro de 2010

e a pedra é ainda mais pedra do que antes

O maior progresso feito pela raça humana foi aprender a raciocinar corretamente, ao contrário do que se apresenta de forma palpável, isso é muito mais subjetivo e metafísico, e não pode ser confundido com a mera capacidade inata de julgar. Dos tempos antigos à massa esmagadora da sociedade atual, o que predomina é o falso raciocínio.
Os povos e suas superstições quase mitológicas, os cultos religiosos usurpadores, os ambientalistas bocós sem conhecimento profundo ou mínimo conhecimento das ciências, as legislações falhas, o hábito ridículo de opinar até sobre Física Quântica quando não se sabe sequer calcular velocidade média, tudo isso são jazidas de provas sobre a temática da ignorância disfarçada em litros de opiniões da cultura do desperdício por só desperdiçar.
Os bufões das cortes medievais correspondem à juventude de agora. São os mesmos tipos de homens, semi-racionais, porém espirituosos, exagerados na simpatia e tolos, às vezes tão-só presentes para amenizar a patologia de um estado de espírito através de tagarelices, e para abafar com seu típico borburinho tapado o fardo da realidade. São os "bufões da cultura moderna", que julgamos mais suavemente ao não tomá-los inteiramente como responsáveis pela decadência do que se tornou o ato de pensar.
Hodiernamente, há uma dupla corrente de evolução: de um lado, um grupo de 10 mil pessoas com exigências cada vez mais elevadas e delicadas, e cada vez mais atentas para o "isso significa", e do outro lado, a imensa maioria, que a cada ano se torna mais incapaz de entender o significativo de qualque coisa, dotados de uma pobreza sensorial que se equipara à deformidade física e que, por isso, aprendeu a buscar em, por exemplo, Dilmas e Marinas, a solução aparente para suas questões por preguiça intelectual, ou seja, o repugnante em si, o feio, o baixamente sensual e atraente pela facilidade, pela obviedade de não requerer esforço mental, produzindo, assim, uma satisfação cada vez maior.
Se as pessoas considerassem que toda ação de um homem, não apenas um texto como esse, de alguma maneira vá ocasionar outras ações, decisões e pensamentos, que tudo o que ocorre se liga indissoluvelmente ao que vai ocorrer, seriam aptos a perceber a verdadeira imortalidade, que é a do movimento, como se todas as ações, decisões e pensamentos fossem dotados de alma e espírito, sem serem humanos.
Não sendo assim, posso assertar que aplicar lógica ao pensamento não é coisa tão natural como supõe Schopenhauer, mas algo aprendido tardiamente e que, até hoje, de forma evidente e triste, não predomina.

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