terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

ação

Às vezes é preciso dar um passo atrás pra poder dar dois pra frente. As coisas nunca deram muito resultado. Sou muito orgulhosa. Tudo sempre foi intenso demais e pouco natural. Mas não quero alguém pela metade. Quero alguém por inteiro. Sem medos, sem pressões, sem mais responsabilidades.
Disseram-me que o tempo é o melhor conselheiro, o remédio pra todos os males. Mas que bobagem! O tempo não muda os fatos. O tempo não cura as feridas abertas. O tempo só desloca o foco da nossa atenção.
Há certos momentos essenciais na vida que pedem ação, poder de decisão e, porque não, personalidade forte. Deixar tudo na expectativa e não arriscar, normalmente, é sinônimo de fracasso. E às vezes, algumas coisas até têm tudo pra dar certo. Às vezes só falta aquele pequeno grande passo pra mudar tudo. Um olhar. Uma dança. Uma SMS. Sei lá. Arriscar, porra!
Não arriscar nem sempre é próprio apenas dos fracos. É próprio de quem não sabe ao certo o que quer. Sinônimo de fraqueza é desistir do que desejamos. Não saber o que se quer é muito mais complexo. Vai além do indefinível.
Deve ser isso o que chamam de maturidade. Tomar decisões e enfrentá-las. Agarrar todas as oportunidades que a vida oferece com unhas, dentes e, sobretudo, com equilíbrio. Saber dentro da gente o que queremos, quando queremos e quem queremos.
Curioso é notar que tantas vezes eu já soube o que eu queria. Já tive a mais profunda certeza dos meus sentimentos e ações. E também fui fraca, mais do que uma vez, por desistir do que eu desejava. Mas não me lembro, pelo menos tão esmagadoramente, de não saber absolutamente nada sobre o que queria, de não ter traçado objetivos e metas.
Pelo menos agora.
Não me sinto mais devastada sobre essa realidade. Sinto-me apenas realista. Tenho que procurar me encontrar. E a pressa nunca foi a melhor amiga de uma busca bem feita. Mas também tenho urgência de viver. E neste dilema, nesta dicotomia entre a procura de uma identidade e a necessidade de viver, eu deixo as chances escaparem por entre os dedos.
Porque tudo pode ser pouco mais do que uma fuga à realidade, uma forma de me esconder do mundo e dos problemas que eu tenho que enfrentar, das decisões que já não posso adiar. Ou então seja um simples medo do fracasso, porque talvez bem no fundo eu até já saiba o que eu quero.
(Ou quem eu quero).
E só não tenha tido a coragem ou a maturidade necessária pra alcançar esse objetivo.

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