domingo, 17 de fevereiro de 2008

poetas: way of life

Sempre gostei de ler, mais ainda de escrever. Escrever é uma das coisas que mais gosto de fazer. Nesse mundo parelelo da escrita não há tabus e não há pudores, resumindo, não há vãos na escada. Eu posso ser uma clériga sofrida ou uma pacata vilã, sem qualquer restrição ou preconceito. O único limite é a minha criatividade, ou melhor, o grau do ângulo por onde eu examino os fatos.
Tudo bem, nunca encontrei a perfeição, mas também não deixei de a ambicionar e, principalmente, de ser exigente quanto a isso. Encontrei uma função menos massante e mais sensata pra a minha autocrítica, afinal. O que não significa que quero ser uma Vencida na Vida, sentar e dizer "isso é o máximo que consigo fazer", porque eu sinto que não escrevo somente pra mim, sinto que isso é muito mais do que isso. E se alguma coisa no mundo ainda faz sentido pra mim, essa coisa é escrever.
E 2007 foi estranho, um ano denso, conturbado, que me fez sentar e dizer "não consigo ir além disso". Um ano de merda que se arrastou junto comigo pelos cantos e pelos bares, resmungando, reclamando e rosnando por dentro; por fora, via-se só a minha carcaça histérica, paranóica e sorridente. A vida passou bem à minha frente mas eu estava embriagada demais pra perceber. Quando me dei conta disso, já era 1º de janeiro e logo depois, estava exatamente aqui: estúpida outra vez.
Mas eu quero mais do que essa bosta de vida vazia, quero pileques e algo mais do que somente pileques, quero mais do que quase-romances fracassados. Eu quero superação. Quero, acima de tudo, tudo viver e tudo sentir. Sentir o mundo como Vinícius de Moraes sentiu, ser uma "bendita vagabunda" ou, quiçá, uma "vagabunda iluminada", e nas experiências trágicas do amor e da vida ousar sonhar como Camões sonhou e, se não for pedir demais, descobrir-me como pessoa.

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