segunda-feira, 12 de maio de 2008

das ilusões

Nunca gostei de desistir. Talvez por teimosia ou por ser estúpida demais pra dar minha cara à tapas e não me dar conta de que as ilusões todas caíram por terra. E são elas, em geral, que nos fazem sofrer, as expectativas que criamos, muita das vezes sem uma justificativa racional, os sonhos que pintamos, as etapas que se queimam, os passos que de tão apressados nos fazem tropeçar...
Quando tudo isso acaba é difícil de aceitar. Aí vem a desilusão. A merda de tudo isso, é saber que estamos, especialmente, desiludidos conoscos mesmos. Por termos acreditado naquilo que juramos não acreditar, por termos tomado decisões opostas ao que o nosso coração queria.
É um ciclo vicioso de promesses feitas e quebradas. Porque tudo é mais fácil quando não se espera nada, tudo o que vem é bônus, tudo que entra é lucro. Mas fazem parte da natureza humana os sonhos e as ilusões, os desejos e a confiança. Pior que desiludir-se é não ser mais capaz de sonhar. É o sinal extremo de um desencanto com a vida que eu não quero de modo algum.
Mas há momentos em que me sinto cansada. Extenuada de nadar contra a correnteza, de enfrentar mundos e fundos para um pouco mais que nada. Sou exigente, sempre o fui. E quando quero as coisas não quero pela metade. Quero tudo! E se possível, agora! Também não gosto de ser usada, muito menos que brinquem comigo e me façam de idiota. Não gosto de ser descartável, de ser aquela que está ali quando querem que eu esteja, para depois, eu me tornar menos que porra nenhuma.
Mas ainda assim eu hei de continuar a iludir-me. E a desiludir-me com tantas outras coisas mais, outras tantas vezes. E tentar sempre reinventar a esperança que me faz fênix e que me permite ir encontrar a próxima ilusão.

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