terça-feira, 25 de novembro de 2008

saríola - o projeto de uma vida

O Brasil ainda tem um alto índice de natalidade. As mulheres que já atingiram a idade propícia para fornicar, ainda não conseguem assimilar bem que existe uma diferença gritante entre constituir família e formar quadrilha.
Aonde eu quero chegar com isto? Um dos enormes entraves da Nação está na nossa indústria de base: a que fabrica gente. Estas inconseqüentes começam a despejar ninhadas no mundo bem cedo, de forma que aos 35 anos elas já tenham atingido a impressionante marca média de 12 filhos.
Se fosse um problema meramente quantitativo, soluções viáveis para dar cabo à questão seriam encontradas. Mas o problema consiste no fato de que essas mães não fazem ao menos um tipo de seleção. Ou seja, não melhoram o produto, elas mandam tudo de volta para o mercado com os mesmos defeitos de fabricação.
Mas eu tenho um sonho. O sonho de criar em laboratório um vírus esterilizador altamente contagioso com a minha grife. Uma linda moléstia que se manifeste através de uma borbulhagem, borbulhagem esta que formaria nas testas das pacientes, a frase: "A Saríola me deixou estéril".
Tenho o sonho de ver, periferias à fora, as bisnetas dos antigos escravos, juntamente com as bisnetas dos antigos esclavagistas, todas com as testas borbulhentas, sentadas à mesa da fraternidade exclamando: "Olha que filha da puta! Esta Sarah do caralho!".
Eu tenho um sonho. Infelizmente, enquanto eu arquiteto prejetos científicos sérios, que colocariam o nosso país para frente, estes cientistas andam idiotamente entretidos a tentar descobrir vacinas e outras merdas que não interessam.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

retratos de família

Encetarei aqui hoje, e também nos próximos dias, uma série de Retratos de Família, para melhor dar de conhecimento ao leitor. Porque além de romper barreiras ortográficas, eu também me proponho a romper estigmas sociais, principalmente no que diz respeito à minha família, que fervilha tanto que parece uma ferida aberta com pus. E, como todo órgão genital de procedência duvidosa que se preze, a minha família também tem chatos, e é sobre eles que dissertarei até que me faltem palavras.

A tia Bucetilde

A minha tia - não adianta escondê-lo - é puta. E não digo que seja puta no sentido de ser má como as cobras, mas sim no sentido de que fode com caminhoneiros a troco de dinheiro.
A culpa foi do meu avô que era muito rígido e lhe disse: "Minha querida filha, acima de tudo, respeitará a tua família. E terá uma profissão que seja digna do teu nome." Ora, ela se chama Bucetilde.
Mas ter uma tia puta tem imensas vantagens. Por exemplo, se no trânsito um cara me diz "filha da puta!", eu abaixo o vidro e respondo: "Filha da puta não, sobrinha! Cê faz favor!".

O tio Genival

Meu tio é ex-presidiário. Reza a lenda, que ele se deparou por lá com muita carga de pintos e que depois de ter saído continuou a receber por muito tempo várias cartas perfumadas e cheias de corações, mandadas pelos namorados.
Como se já não bastasse, desde quando passou a sofrer de tendinite na mão direita - por motivos óbvios -, nunca mais foi o mesmo. Se por um lado, a veia punhetística está menos latejante, por outro, o seu talento aforístico torna-se cada vez mais profundo. Aqui vai o primeiro pensamento: "Foda numa puta vale por duas: o ato em si e a corruptela nas finanças, pois puta não passa recibo".
Ele esteve preso por evasão fiscal e pode até ter levado na bunda, mas é de classe média, caralho!

[Em breve mais crônicas de família]

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

o comedor - parte 3

Devo avisá-los que esta questão que levantarei hoje sobre O Comedor também é bastante polêmica. Apenas uma teoria, da qual não sou defensora, que não passa de uma proposta de debate. Portanto, apelo à calma de todos.
Primeiramente, que o sujeito é amplamente aviadado já não é nenhuma novidade, em segundo lugar, fui capaz de provar por A+B que O Comedor gosta na verdade é de dar a bunda. Então, trata-se do seguinte: e se a viadagem for uma atividade mais masculina e de machão do que a heterossexualidade?
Ora, acompanhem este raciocínio: quando um cara está a levar na bunda ou a comer a bunda de outro, está com mais um sujeito ali, os dois a suarem, um a arrebentar com o esfíncter do outro, agüentando valentemente. É uma espécie de desporto violento, com muito contato físico, como o boxe, só que em vez de se dar porrada, leva-se na bunda. E em vez de se acabar com os olhos fechados por causa do inchaço, acaba-se com um olho bem aberto por causa do maço.
Por outro lado, a heterossexualidade implica estar com uma mulher, que é um ser delicado, e um sujeito põe-se a pensar: "Será que ela está gostando? Estou a aleijando?", o que acaba por ser um bocado aviadado.
Dito isto, questiono: seria O Comedor mais macho do que os demais homens heterossexuais?
Pensem nisto e depois digam qualquer coisa.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

acalmem-se!

Fizeram alguns comentários sobre os horários peculiares que publico meus textos aqui. A atenção ao pormenor é muito importante, principalmente pra quem tem pretensões de seguir carreira de decoradora.
Fora isto, nunca passou pela cabeça de vocês que eu pudesse estar no exterior a alguns fusos horários do Brasil? Não estou, claro.
Isso tudo apenas para dizer que receio que, não por minha culpa, o Mundinho Insosso esteja se tornando um fórum...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

que saco

A inércia acalma a vontade de tomar as rédeas da minha vida. A inércia mata a paixão, esconde as cores e faz as coisas todas parecerem fotografias pálidas. Por que é que quando tudo que parece bem, desmorona?
As respostas não são dadas mas pressentidas e custam quase tanto como a incerteza, como as palavras caladas e escondidas que nunca serão ditas e que morrerão no esquecimento, como se tudo o que foi real não passasse de um sonho.
E ter que agir, contra a vontade e contra o que sentimos. E sentirmo-nos mais sozinhos do que nunca apesar de sabermos que estamos fazendo o certo. Então por que custa?
Se é o certo e se temos razão, se os fatos, as provas e tudo o mais estão do nosso lado, por que é que dentro da gente custa tanto?
Por quê é que seco as lágrimas que não quero nem consigo chorar?
Por quê é que tudo parece tão cinzento e sem calor?
Por quê é que tudo se desmoronou?
Será que alguma vez esteve erigido?
Tenho o cérebro em ponto de interrogação. E no coração, pouco mais que reticências...