quarta-feira, 11 de julho de 2007

divagações

Eu tenho uma mania insuportável de largar as coisas pela metade porque sou adepta da filosofia de vida que diz para nunca fazermos hoje, algo que possa ser feito amanhã. É uma postura que muito me incomoda. Eu sempre tenho idéias brilhantes, desde como foder com todo mundo até alternativas viáveis para a erradicação da miséria na África. Habitualmente, eu as deixo de lado e nunca as coloco em prática, depois fico remoendo o quê poderia ter sido. Sou a pessoa mais preguiçosa desse mundo. As minhas idéias nunca foram as mais originais, mas eu gosto de pensar que sim, de algum modo, faz com que eu me sinta melhor. (*) De qualquer forma, essas minhas idéias sempre encontram a minha indisposição no meio do caminho. Até que sou um bocado espirituosa, mas pra tomar qualquer atitude, mesmo que seja para levantar da cama, preciso estar em um estado de espírito fabuloso, portanto, a ausência de um estado de espírito propício à ação já abre prerrogativa à preguiça. Confesso que esse é o tipo da desculpa estúpida pra se dar.
(*) Quiçá a gente só precise disso mesmo, de alguma coisa boba que nos faça crer que fomos talhados para grandes feitos, que nascemos para mudar a cara do mundo, é um pensamento mesquinho que eleva a auto-estima, mas o grande problema está justamente nessa "alguma coisa que opera mudanças" que eu não sei ao certo o quê é. (**) Aos 16 anos, eu tinha a convicção de que com o coração cheio de amor eu seria capaz de alterar até o sistema solar, no entanto, 4 anos depois, me apaixono pelo menos três vezes ao ano por pelo menos três idiotas diferentes e sem que nenhuma mudança, acerca da minha falta de mudanças, aconteça. É como se todos os meus dias fossem unificados em uma constante, mesmo que todos os dias por mais que se mostrem iguais, não o são. Há muito de uma metafísica inexplicável que os faz persistirem na mesmice rotineira sem que sejam, intrinsecamente, os mesmos. Em cada dia vivido há algo novo, porque nós não somos sempre os mesmos. Salvo a circunstância, não me resta muitas perspectivas senão remoer o meu passado e pensar que ao invés de ser um "era uma vez" deveria ser um "o quê eu gostaria que tivesse sido". Mas agora é apenas um título de redação pra mim.
(**) Tem coisas que são difíceis de compreender, essa indisposição comigo mesma é uma delas. Nunca me vem à cabeça qualquer pensamento claro e prático à respeito do que pode ser feito, até mesmo do que poderia ter sido feito ou, ainda, talvez eu nem tenha parado para pensar realmente, e, por mais que eu sempre tivesse uma avaliação ponderada sobre minhas atitudes, não movi um fio de cabelo que fosse para efetuar qualquer mudança. Estou, na maioria da vezes, a favor da alternativa mais fácil, é aquele velho hábito comodista de "tampar o sol com a peneira", ainda que não costume brincar em serviço, digo isso porque estou sempre pensando em coisas demais em tempo de menos, mas quando se trata de algo que realmente possa fazer a diferença, me bate aquela velha preguiça e então me deprimo. A verdade é que tenho as soluções para todos os problemas alheios, mas quando se trata de mim mesma, a situação muda completamente. Vendo-me dessa forma, acabo sentindo um pouco de pena dessa filha da puta relapsa que sou.

Um comentário:

Alexandre Quirino de Faria disse...

saraa
mongoloide
aeuhauehaeuhaeuh